Senador foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal
O habeas corpus (HC) apresentado pelo advogado Carlos Klomfahs ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (19) solicita o encerramento da investigação sobre um suposto plano de golpe denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). Além disso, o HC requer a devolução do material apreendido pela Polícia Federal na semana anterior, tanto no gabinete quanto na residência do senador, assim como o desbloqueio dos perfis de Marcos do Val nas redes sociais. O advogado argumenta que houve uma violação da imunidade parlamentar e destaca que as buscas realizadas no gabinete do senador, sem a autorização do Senado, poderiam estabelecer precedentes “perigosos” para a democracia e a separação dos poderes.
Apesar de não ter partido da defesa do senador, o habeas corpus foi elaborado de forma voluntária por Carlos Klomfahs. Ele ressalta que o STF já autorizou anteriormente buscas e apreensões nas dependências da Câmara dos Deputados e do Senado, como nos casos do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e do senador Ciro Nogueira (PP-PI) durante a Operação Lava Jato. Tais operações costumam ser realizadas em resposta a solicitações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, visando aprofundar investigações.
Em fevereiro, Marcos do Val denunciou um suposto plano de golpe e atribuiu as articulações ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O senador também envolveu o ministro do STF Alexandre de Moraes em versões contraditórias. De acordo com Do Val, Silveira teria sugerido, em uma reunião na presença de Bolsonaro, a gravação clandestina de Moraes, buscando induzir o ministro a fazer declarações que ultrapassassem os limites constitucionais. O objetivo seria anular o resultado das eleições e prender Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Moraes, como relator das investigações, determinou que Bolsonaro seja ouvido pela Polícia Federal. A defesa do ex-presidente afirma que ele “nunca participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”.
Por portal Novo Norte