O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando o uso de R$ 2,3 milhões pagos pelo governo Lula para uma pesquisa realizada pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A investigação foi motivada por suspeitas de desvio de finalidade, já que o estudo, financiado pelo Ministério da Justiça, foca no impacto de anúncios políticos nas redes sociais, em vez de atender exclusivamente à defesa do consumidor, conforme o convênio original.O NetLab, criado em 2013 e especializado em desinformação digital, ganhou destaque por seu foco em analisar estratégias de campanhas eleitorais, especialmente relacionadas às eleições de 2018 a 2024. O grupo também é conhecido por estudos sobre o impacto da desinformação na política, o que tem levantado questionamentos sobre o direcionamento das pesquisas.A área técnica do TCU levantou a possibilidade de que os recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), destinados à pesquisa, possam ter sido utilizados para fins políticos e eleitorais. A bancada do partido Novo, na Câmara dos Deputados, denunciou o caso, alegando que o NetLab estaria usando dinheiro público para ativismo político, enquanto deveria se concentrar em proteger os direitos dos consumidores brasileiros.O Ministério da Justiça e o NetLab negaram qualquer irregularidade, afirmando que o estudo está dentro dos termos acordados no convênio e que todas as pesquisas realizadas têm relevância para os objetivos estabelecidos, incluindo a análise de desinformação e seu impacto no consumo. A pasta reforçou que as investigações continuam sob a coordenação do TCU.Com o início do governo Lula, o NetLab viu suas receitas aumentarem significativamente, recebendo R$ 8,3 milhões desde janeiro de 2023, sendo R$ 2 milhões apenas do Ministério da Justiça. O aumento de verbas levantou ainda mais críticas de parlamentares da oposição, que acusam o laboratório de direcionamento político em suas atividades.Fonte: Estadão.