Da seleção ao álcool, somos 70!
A ditadura já era realidade no Brasil desde 1964, mas a intensificação de formas de repressão e controle da população vieram a partir de 1968 quando o AI-5 foi instaurado no governo Médici.
O futebol, paixão nacional, pareceu um ótimo meio de conquistar legitimidade frente à população. Unir seleção, governo e nação com objetivos de desviar a atenção das atrocidades que estavam sendo cometidas em reação aos atos terroristas do grupo de oposição que havia sequestrado o embaixador da Alemanha no Brasil. O sucesso na copa de 70 foi essencial para legitimar o modelo de sociedade imposto pelo regime militar. Ganhamos! A Vitória fez a população acreditar em um “Brasil pra frente.”
Com o desgaste natural de governos que ficam longos tempos no poder, fomos às ruas em 1984, pedir o fim do governo militar e eleições diretas. Foi uma manifestação política que estavam mais de um milhão de pessoas em frente à igreja da Candelária no Rio de janeiro, tanto que, pouco tempo depois, em 1985, os militares tiraram os seus bonés e saíram em retirada.
– Mas não era uma ditadura? Eles permitiram a realização do comício?
– Pois é! Foi o ato mais democrático que participei, “Diretas já!”
– kkkkkk até a ditadura no Brasil é diferente! Os militares acolheram a vontade da multidão?
– Sim! Tanto que, hoje, podemos eleger os nossos presidentes.
Apesar de estarmos vivendo uma democracia, há uma guerra fria em que, as grandes potências, não querem o nosso desenvolvimento, provocando, através dos meios de comunicações, uma instabilidade política que não tem país que aguente. Tanto que, o Brasil vive uma polarização totalmente nociva ao país.
– Mas nesse momento de pandemia não era para nós estarmos unidos?
– sim! Mas a única união que existe é em torno do álcool 70, a salvação de todos.
– E o somos 70?
– Não é momento para isso!
Depois da democratização, os presidentes eleitos não tiveram paz para governarem. Foram dois afastamentos de presidentes e uma prisão. Agora, o presidente Bolsonaro, eleito democraticamente com um discurso contra a corrupção, está sofrendo desde o dia de sua posse, uma forte oposição, no intuito de não conseguir colocar em prática o seu discurso de campanha. A temperatura está quente no cenário político brasileiro e, o momento não é para isso. Temos que, inteligentemente lutar para que, o estado democrático de direito seja preservado, nem que, para isso, tenhamos que fazer barreiras para esfriar os ânimos e esperar, em quarentena, as eleições de 2022, e que, como dois patinhos na lagoa, possamos nadar, digo, votar.
Guto Sardinha