A FACADA, OS GENERAIS E OS BRAVATEIROS
Célio Junger Vidaurre
As decepções desses três ministros militares que ficam ao lado do presidente da República para o apoio irrestrito, seja qual for a circunstância, são tantas, que às vezes, fica-se pensando se é verdade mesmo todos eles já terem participado com sucesso de missões governamentais importantes, no exterior, representando o Brasil. Isso, realmente é verdade. Todavia, como homens públicos gabaritados e, acima de tudo, amigos pessoais do presidente, não se entende porque deixam a coisa rolar sem qualquer controle, mesmo sabedores do que aconteceu com Jair Messias naquele dia lamentável em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral de 2018.
Que amigos de caserna são esses generais Braga Neto, Eduardo Ramos e Gustavo Heleno por não enxergarem, ou fazem que não enxergam, esse descontrole emocional do mandatário maior do país? Transmitindo aos brasileiros que seu posto merece maior equilíbrio, sensatez e calma na hora de expressar seus pensamentos como líder em um momento difícil para enfrentar a COVID 19, mostra-se sem raciocínio de um dirigente prudente e com necessidade de alguém para assessorá-lo de perto, orientando-o com o devido comando que o problema é sério, necessitando de um tratamento médico urgente. Esse papo do Bolsonaro ser assim mesmo não interessa para quem representa 215 milhões de brasileiros.
Mas, não, tanto os generais capacitados como outros ministros escolhidos por Jair, vão para uma reunião de trabalho e promovem aquela baderna vergonhosa, excluindo Sergio Moro, Nelson Teich e Rogério Marinho, únicos que se apresentaram com dignidade, postura e educação, tratando suas pastas como autênticos gestores públicos. Os demais deram a entender que essa pandemia é coisa sem nenhum interesse, pois, até em palavrões e fanfarrices queriam mostrar para o chefe que eles podem ser, sim, uns perfeitos seguranças em qualquer ocasião, quando convocados. Foi um festival de puxa-sacos desvairados.
As falas de Abraham Weintraub (Educação), Ricardo Salles (Meio Ambiente), e Damares Alves (Mulher e Família) foram ridículas e desprovidas de autenticidade, além de desejarem transmitir ao comandante suas falsas valentias e bravatas, onde numa administração com três ministros militares respeitados e do aconchego do presidente, se quisessem dar seriedade à administração, por certo, os três bravateiros irresponsáveis, seriam demitidos de imediato ou, pelo menos, quando passaram a saber que o vídeo seria mostrado a todo povo brasileiro. Isso, não ocorreu, porque os bravateadores adotaram as mesmas posições de interesse a Bolsonaro, ou seja, estariam “para o que der e vier” dentro de suas expostas limitações para os cargos tão importantes ocupados na República.
Até o Tarcísio (Estrutura) sempre elogiado neste espaço, na reunião, resolveu se igualar àqueles medíocres. Teve momento de puxa-saquismo exagerado quando tentou comparar Bolsonaro a Winston Churchill. Foi demais! O nível daquele vergonhoso encontro foi para nunca mais ser lembrado. Serviu, no entanto, para quem deseja proteger e preservar o presidente que ele precisa, urgentemente, fazer um tratamento para retirar de sua mente a mania de perseguição contra sua família. No argumento de Bolsonaro, tudo mostrado contra o filho Flávio, quando era deputado estadual, é montagem. Então, diz ele: “Estão perseguindo minha família sem provas, tudo armado”.
Depois da intervenção do presidente na Polícia Federal e os três generais terem prestado seus depoimentos no inquérito instaurado após a saída de Moro, viu-se que, nenhum deles procurou ser coerente e verdadeiro, dentro do ocorrido durante aquela trágica e lamentável reunião ministerial de 22 de abril. O espetáculo deprimente presenciado por ambos foi informado à nação, antes do vídeo, como se Bolsonaro tivesse falando de outros assuntos que ninguém viu, somente os Bolsonaristas!
Quando três generais não conseguem comandar um único Capitão, a guerra fica sem controle!