Obras integram programação que celebra o mês da Consciência Negra no Sindipetro
A força e beleza de orixás femininas podem ser apreciada em cerca de 20 obrigas que retratam Orixás femininas da cultura afro-brasileira como Iansã, Oxum, Ewá, Nanã, Obá, Yemanjá e Onira, já podem ser apreciadas através da exposição “Pelos caminhos de Yabá”, gratuito e aberto ao público, no espaço cultural Sindipetro, em Macaé e fica até terça-feira (3), abrindo o mês das Yabás. Uma verdadeira imersão sensorial e visual na espiritualidade e nas tradições de religiões de matriz africana.
Com obras visuais, indumentárias e esculturas de artistas como Rodolfo Ribeiro, Lyon Jesus, Luiz Fernando e Thiago Ortiz, que para além de proporcionar uma aproximação da cultura trazem a beleza feminina. “O intuito é valorizar a força do feminino por meio das Yabás, proporcionando aos visitantes uma experiência autônoma, reduzindo estigmas sociais e democratizando o conhecimento fora dos espaços de terreiro”, ressalta o idealizador e curador, Marcelo Fonseca.
Expostas até dezembro, as obras exploram a complexidade de cada divindade, inspirados em itans, arquétipos e pontos sagrados. Os trajes em tamanho humano, que foram confeccionados por Lyon Jesus e Luiz Fernando, representam as Yabás Oxum, Iansã e Yemanjá. Feitas em tecidos finos, evocam o movimento e a leveza dos elementos naturais, além do estandarte de Oyá assinado pelo artista Thiago Ortiz.
Segundo Marcelo, a ideia é contribuir quanto a percepção sobre as religiões, a compreensão e respeito pelas práticas e a importância das Yabás na espiritualidade e identidade cultural brasileira. “A ideia surgiu da necessidade de levar essa rica herança a públicos mais amplos, promovendo um olhar mais sensível sobre as tradições afro-brasileiras, abrindo caminho para um diálogo profundo sobre a herança afro-brasileira e a importância da representatividade das divindades femininas”, explicou.
Para o artista plástico Rodolfo Ribeiro, que assina a maioria das obras da exposição, o projeto tem uma importância fundamental na cidade de Macaé. “Uma cidade que existe e resiste diante a um enorme cenário de preconceitos e racismos, vejo as pessoas que lutam para exercer de forma livre seu direito a sua religião, pinto justamente sobre essas figuras, porque sei o alcance que meu trabalho tem, enquanto tatuador, tenho ateliê próprio e sempre exponho essas figuras com uma maneira de desmistificar os personagens. A exposição, por ser uma área pública, traz a possibilidade de esclarecer e educar ainda mais pessoas”, pontou.