O ex-governador Sergio Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão, junto com Eduardo Cunha e José Roberto Arruda, pressionaram o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator da PEC da anistia, para incluir o perdão aos seus crimes de corrupção no texto da proposta. A tentativa de manobra buscava permitir que esses políticos condenados voltassem a disputar eleições.Dirigentes do MDB nacional foram procurados por esses políticos, que buscaram apoio para que a PEC, originalmente destinada a perdoar dívidas de partidos, também abrisse caminho para anistiar suas condenações. A estratégia envolvia utilizar o afrouxamento das regras de prestação de contas e a imunidade tributária, garantindo uma forma de escapar das punições.A Lei da Ficha Limpa, que já barrou quase 5 mil candidatos entre 2014 e 2020, foi o principal alvo dessa articulação. Políticos como Cabral e Cunha, que já estavam fora do cenário eleitoral devido às suas condenações, tentaram encontrar uma brecha para retornar à política com uma ficha “limpa”.A tentativa de manobra provocou reações, principalmente porque em 2021 a Câmara dos Deputados já havia aprovado o afrouxamento das punições para casos de improbidade administrativa, aumentando as preocupações com a possibilidade de um novo retrocesso na luta contra a corrupção.