A ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela voltou a ser criticada pela ONU após um aumento nas detenções arbitrárias desde as eleições presidenciais fraudulentas. Segundo Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o uso desproporcional da força pelos agentes de segurança tem espalhado o medo entre a população venezuelana.Maduro exige repressão aos manifestantesNo dia 12 de julho, o ditador Maduro ordenou que os poderes do Estado reprimissem com “mão de ferro” os protestos que tomaram conta do país após sua questionada reeleição fraudulenta. Esses protestos já resultaram em 25 mortes e 192 feridos, enquanto mais de 2.400 pessoas foram presas desde 29 de julho, muitas sem direito a defesa legal ou contato com familiares.ONU destaca graves violações dos direitos humanosTürk ressaltou que a utilização do direito penal para suprimir liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão e reunião pacífica, é profundamente preocupante. Ele também chamou atenção para o fato de que alguns dos detidos podem estar sendo vítimas de desaparecimento forçado, uma grave violação dos direitos humanos.Críticas a novos projetos de lei restritivosAlém das repressões violentas, o Alto Comissário da ONU manifestou preocupação com novos projetos de lei que podem restringir ainda mais a atuação das organizações não governamentais e silenciar vozes críticas ao governo. Ele pediu que as autoridades venezuelanas reconsiderem tais medidas em nome da coesão social e do futuro do país.Türk exigiu a libertação imediata dos detidos arbitrariamente e garantias de julgamentos justos. Ele reafirmou que a violência, seja de manifestantes ou das forças de segurança, nunca será a solução para os problemas da Venezuela, que continua imersa em uma crise política e humanitária sem precedentes.