A Justiça da Argentina condenou nesta quarta (7) Guillermo Moreno, ex-secretário de Comércio, a três anos de prisão e seis anos sem poder ocupar cargos públicos. Ele foi considerado culpado por fraudar dados do Indec, órgão argentino equivalente ao IBGE brasileiro, em 2006 e 2007, durante o governo de Cristina Kirchner. A pena será cumprida em regime aberto, ou seja, Moreno não vai para a prisão agora, mas fica em liberdade vigiada.Conforme noticiado pelo jornal La NAción, os juízes Jorge Gorini, Rodrigo Giménez Uriburu e Guillermo Costabel decidiram que a prisão fosse em regime aberto porque a pena não passa de três anos. Porém, se outras condenações contra Moreno forem confirmadas, ele pode ser preso. Moreno já foi condenado por usar dinheiro público para campanhas políticas e por ameaças, mas essas sentenças ainda não foram confirmadas pela Suprema Corte argentina.Além de Moreno, Beatriz Paglieri, ex-diretora do Indec, também foi condenada a três anos de prisão e seis anos sem poder ocupar cargos públicos. Outras duas ex-funcionárias, Marcela Filia e María Celeste Cámpora, foram inocentadas pelo tribunal, que vai publicar o acórdão da decisão no dia 4 de setembro.O promotor Diego Luciani tinha pedido quatro anos de prisão e 10 anos sem poder ocupar cargos públicos para Moreno. Em sua defesa, Moreno disse que o julgamento foi baseado em teorias e sem provas concretas. Ele participou da audiência por vídeo e repetiu que não houve evidências contra ele, criticando o promotor por transformar o caso em um julgamento acadêmico.Em sua denúncia, o promotor sustentou que a manobra beneficiou candidatos presidenciais ligados ao grupo. “ A intervenção alterou indicadores cruciais, como o IPC, que afetaram as medições da pobreza e estas manipulações levaram a uma desconfiança generalizada nas estatísticas oficiais .” Segundo ele, Moreno tomou as rédeas da manobra. “Ele exerceu a pressão necessária para alcançar a consumação dos crimes”, afirmou.Com essa decisão, Guillermo Moreno continua livre, mas pode ser preso no futuro se outras condenações forem confirmadas.