Faltando dois anos para o fim do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a VLI deu um aceno ao governo federal ao anunciar a compra de 12 novas locomotivas, em um investimento de R$ 300 milhões em expansão logística da estrada de ferro. Os equipamentos foram comprados da Wabtec, indústria com sede em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O anúncio do investimento foi feito durante um evento na manhã desta sexta-feira (5).
O evento contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e representantes de diversas áreas do setor de transportes da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o CEO da VLI, Fábio Marchiori, confirmou que o investimento é um “sinal claro” de interesse de investimento da empresa na renovação da concessão da FCA.
“Esse é um investimento muito importante para a VLI. São R$ 300 milhões e, quando a gente pensa em um investimento desse, a gente não pode pensar somente no tempo de fabricação da locomotiva. Um investimento como esse começa muito antes, com a avaliação da demanda de transporte ferroviário, de onde a commodity vem e para onde ela vai. Você faz toda uma análise financeira para entender a viabilidade. Ao decidir comprar essas 12 locomotivas, estamos fazendo muito mais do que somente a compra, estamos dando um sinal claro para o governo estadual e o governo federal de que a VLI está, sim, interessada em investir e trazer a produção para Minas Gerais”, afirmou.
Ainda segundo Marchiori, com uma possível renovação da concessão da FCA, a empresa deve ampliar o investimento na compra de novas locomotivas para os próximos 30 anos.
“Estamos comprando essas 12 locomotivas ainda sem termos acordado os termos da renovação da FCA, que é uma concessão que vence em agosto de 2026. O sinal que estamos dando é: veja bem, faltando dois anos para o fim da concessão, estamos comprando, neste momento, 12 locomotivas e temos espaço para comprar muito mais nos próximos períodos, com a renovação. Aí estamos falando de quase três centenas ao longo da história da próxima concessão. Isso tudo é investimento para o Estado de Minas Gerais”, garantiu.
Considerada a mais importante do país, a Ferrovia Centro-Atlântica liga regiões produtoras aos portos brasileiros. A FCA tem ramificações nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. A ferrovia corta sete estados e mais de 200 municípios brasileiros. A VLI, que tem a mineradora Vale como acionista, administra a ferrovia desde 2011 e quer continuar na gestão. Marchiori diz esperar que a empresa confirme a antecipação da concessão até o início do ano que vem.
“Há um mês, o ministério [dos Transportes] publicou uma portaria dando as regras para a renovação antecipada. A partir disso, iniciamos as tratativas da empresa e, essa semana, fizemos uma reunião de approach final e combinou que até 30 de julho vamos deixar tudo preparado para avançarmos na ANTT. É um trabalho conjunto do ministério, da empresa e da Agência para a gente abrir a audiência pública, que ‘starta’ o processo de renovação antecipada. A partir dela vamos colher sugestões, subsídios, prefeitos irão comentar, a população vai dar sugestões e aí vamos fechar o projeto final de renovação para definir onde serão os investimentos e de que forma eles irão se dar”, detalhou.
Representando a pasta, o secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, confirmou o prazo e disse que a renovação pode gerar investimentos de R$ 25 bilhões na malha ferroviária.
“A gente está mirando essa renovação antecipada para o início de 2025 e, renovada, existem investimentos mínimos de R$ 25 bilhões nos próximos 30 anos e envolve material rodante, como as locomotivas e vagões, e a via permanente, os trilhos e dormentes e melhoria da Tecnologia de Informação. E onde está o segredo da renovação? De que qualquer outorga gerada seja reinvestida na malha para essas melhorias”, explicou.