A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre em todo país neste mês de abril
O Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio de Janeiro, realizou nesta segunda-feira (15), uma ocupação com cerca de 300 famílias, às margens da BR 101, no município de Campos dos Goytacazes-RJ, com o lema “Ocupar para o Brasil Alimentar”.
A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, o Abril de Lutas, enfatizando a necessidade da Reforma Agrária como o único caminho para garantir segurança alimentar, proteção ambiental e a democracia da terra.
O mês de abril é conhecido por relembrar o Massacre de Eldorado do Carajás, quando a Polícia Militar do estado do Pará assassinou 21 trabalhadores rurais ligados ao MST. E a cada ano, lembramos desse episódio para que não se esqueça e para que nunca mais aconteça.
Mas, após 28 anos, a luta pela terra segue sendo criminalizada em uma aliança entre proprietários rurais e agentes dos órgãos de segurança pública, são milícias rurais sob a alcunha de “invasão zero”. Por isso, não aceitamos que as polícias de Campos dos Goytacazes continuem movendo esforços para impedir o direito de reunião, a liberdade de associação, o cooperativismo e a efetivação do direito à Reforma Agrária na região.
Ocupamos para denunciar a intimidação e coerção das polícias Civil e Militar do estado Rio de Janeiro que ignoram que a Reforma Agrária é uma política pública constitucional. De acordo com o Ministério da Cidadania do Governo Federal, os dados do Cadastro Único revelam 236.525 pessoas em estado de vulnerabilidade social no último ano, em Campos dos Goytacazes. Onde há dezenas de processos de desapropriação paralisados no Poder Judiciário e que poderiam se tornar novas áreas de assentamento e de produção de vida e comida de verdade.
Nas áreas que já foram destinadas à Reforma Agrária é necessário garantir políticas públicas de créditos, infraestrutura, saúde, educação e cidadania, possibilitando melhor qualidade de vida às famílias assentadas.
A ocupação exige a necessária e imediata regularização e seleção das famílias do assentamento Cícero Guedes, que lutam há mais de 20 anos e necessitam ter garantido o seu direito à terra. Mesmo com o desmonte das políticas do campo, o MST continuará na luta pela Reforma Agrária Popular.
*Editado por Solange Engelmann