A equipe presidencial expressou preocupação com a possibilidade de Lira influenciar líderes a se oporem ao diálogo com o Executivo, contando com a pressão do setor empresarial para evitar o travamento da pauta econômica no Congresso
No retorno dos trabalhos legislativos, Arthur Lira (PP-AL) adotou um discurso considerado agressivo, mas a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não agravar as tensões, buscando reabrir negociações com o presidente da Câmara dos Deputados. Apesar da disposição para o diálogo, o governo Lula está preparado para negociar diretamente com os líderes da base aliada, caso Lira mantenha sua postura confrontadora.
A equipe presidencial expressou preocupação com a possibilidade de Lira influenciar líderes a se oporem ao diálogo com o Executivo, contando com a pressão do setor empresarial para evitar o travamento da pauta econômica no Congresso. Internamente, apesar do apoio público ao presidente da Câmara, alguns líderes da base aliada reconheceram que o tom adotado por Lira foi inadequado, gerando mais conflitos do que o necessário com o Palácio do Planalto.
Lira, por sua vez, enviou sinais de que busca uma abordagem inclusiva, destacando que o Orçamento “pertence a todos”, mas enfrenta críticas por supostamente fechar mais portas do que abrir. O Planalto, buscando reduzir as tensões, espera por iniciativas de Lira para retomar as negociações, apesar do desconforto de Lula com o discurso do presidente da Câmara, levando-o a adiar um encontro previamente solicitado por Lira.
Diante do impasse, assessores de Lula alertam sobre as consequências de uma pauta econômica paralisada, mencionando a insatisfação potencial do mercado financeiro, particularmente da região da Faria Lima em São Paulo, com quem Lira tem boas relações. Este cenário eleva a tensão sobre possíveis pedidos de impeachment contra o presidente, caso as negociações não avancem.