Durante a transmissão ao vivo, Ferreira manteve uma postura neutra, sem emitir opiniões sobre o governo atual ou o anterior
No dia 8 de janeiro, às 15 horas, o jornalista William Ferreira, amplamente conhecido em Porto Velho como ‘homem do tempo’, transmitia ao vivo pelas redes sociais, um evento inesperado. Ferreira, que se encontrava em Brasília para passar férias com a família, avistou uma multidão se dirigindo ao Congresso Nacional. Conhecido por sua dedicação jornalística e disponibilidade para informar a qualquer hora, William não hesitou em cobrir o acontecimento, deixando seu momento de lazer para trás.
Durante a transmissão ao vivo, Ferreira manteve uma postura neutra, sem emitir opiniões sobre o governo atual ou o anterior. Sua crítica se concentrou naquilo que ele considerava uma omissão por parte do Exército Brasileiro, argumentando que uma atuação mais clara das Forças Armadas poderia ter evitado o desenrolar dos eventos. Após a cobertura, ele retornou às atividades familiares. Contudo, momentos depois, seu nome surgiu na lista de invasores do Congresso. Em resposta, William emitiu uma nota reiterando que sua presença no local era estritamente profissional, vinculada à transmissão jornalística dos fatos.
Essa declaração não foi suficiente para evitar sua prisão no mês seguinte. Desde então, William Ferreira permanece detido, enfrentando uma situação complicada. Apesar de um clamor público por sua liberação e esforços conjuntos de advogados de diferentes espectros políticos, a justiça ainda não o liberou. Sua saúde deteriorou significativamente na prisão, com um diagnóstico de câncer de próstata em estágio avançado, levantando questões sobre a legalidade e humanidade de sua detenção contínua. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rondônia, expressou preocupação com a situação, destacando a violação dos direitos constitucionais do jornalista.