As investigações apontaram que Lucas Passos Lima adquiriu dispositivos de espionagem e praticou tiro, além de ter filmado e fotografado sinagogas em Goiás e no Distrito Federal
Os dois homens ligados ao Hezbollah presos pela Polícia Federal em operação que investiga o planejamento de ataques terroristas no Brasil estavam realizando o monitoramento de locais frequentados pela comunidade judaica brasileira.
A decisão da juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, revelou na terça-feira (5) que Mohamad Khir Abdulmajid, um sírio naturalizado brasileiro, e Lucas Passos Lima, recrutado por Mohamad, estavam envolvidos em atividades de reconhecimento para possíveis ações terroristas.
As investigações apontaram que Lucas Passos Lima adquiriu dispositivos de espionagem e praticou tiro, além de ter filmado e fotografado sinagogas em Goiás e no Distrito Federal, incluindo a Embaixada de Israel.
A análise da Polícia Federal, com base em dados obtidos por quebra de sigilo telemático e celulares apreendidos, trouxe à tona evidências preocupantes. Um vídeo capturado mostra um veículo se aproximando de uma sinagoga, onde um dos ocupantes exclama “bingo” ao se aproximar do local. Além disso, foram encontradas fotos de Mohamad em potenciais zonas de conflito armado e referências ao Hezbollah. Diálogos interceptados reforçam a suspeita de que Mohamad estava envolvido no recrutamento de brasileiros para o grupo terrorista, com falas indicando disposição para realizar atos extremos como assaltos e explosões.
Com os indícios de risco concreto de atos terroristas, a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima converteu a detenção temporária de Mohamad e Lucas em prisão preventiva. Enquanto Lucas está sob custódia das autoridades brasileiras, Mohamad, que se encontra fora do país, foi incluído na lista vermelha da Interpol.