Essa queda foi ainda mais acentuada do que a estimativa do mercado, que projetava um recuo de 0,3% para o mesmo período
Nesta sexta-feira (20), o Banco Central (BC) divulgou os dados do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Surpreendentemente, o índice registrou uma queda de 0,77% em agosto, marcando uma desaceleração significativa em relação ao mês anterior, quando havia avançado 0,44%. Essa queda foi ainda mais acentuada do que a estimativa do mercado, que projetava um recuo de 0,3% para o mesmo período.
No entanto, ao comparar os números com agosto do ano passado, o IBC-Br apresentou um aumento de 1,28%. Nos oito primeiros meses de 2023, o índice acumulou um crescimento de 3,06%, e nos últimos 12 meses, a alta foi de 2,82%. Esses dados indicam uma desaceleração econômica no Brasil no segundo semestre, algo que já estava sendo previsto por analistas. Na verdade, esse é o pior resultado desde maio deste ano, quando o IBC-Br recuou 1,85%.
Os analistas estão atentos a esse desempenho negativo e buscam entender se ele é um ponto de inflexão ou está relacionado a fatores temporários. Marco Antonio Caruso, economista-chefe do PicPay, aponta que a queda em quase todos os setores da atividade econômica, com exceção da indústria, teve um impacto negativo. Os setores de transportes e serviços prestados às famílias foram os principais responsáveis por devolverem parte dos ganhos acumulados nos últimos meses. Apesar disso, ainda há esperança de um bom desempenho no segundo semestre, sem grandes impactos nos preços.
Essa prévia do PIB revela a importância do IBC-Br como um indicador econômico crucial que tenta antecipar o resultado do PIB do país. Além disso, o cálculo do IBC-Br auxilia o BC na definição da meta da taxa básica de juros da economia, a Selic. Incorporando estimativas de crescimento nos setores agropecuário, industrial e de serviços, juntamente com os impostos sobre produtos, esse índice oferece insights valiosos sobre a saúde econômica do Brasil.