A principal missão desse indicado, segundo esse grupo, seria conter o que consideram um excesso de poder por parte do ministro Alexandre de Moraes
Na busca pela indicação de Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), membros do Partido dos Trabalhadores (PT) enfrentam um dilema complexo relacionado ao atual ministro Alexandre de Moraes. De acordo com informações de parlamentares petistas, eles consideram crucial que um representante do PT ocupe uma vaga no STF, evitando assim a nomeação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga que será aberta com a aposentadoria de Rosa Weber. Contudo, a principal missão desse indicado, segundo esse grupo, seria conter o que consideram um excesso de poder por parte do ministro Alexandre de Moraes, cuja atuação, embora tenha sido relevante na luta contra o governo de Jair Bolsonaro, é vista como uma potencial ameaça ao PT. Eles acreditam que Moraes não hesitaria em aplicar uma abordagem rigorosa ao lulismo, semelhante à adotada contra os bolsonaristas.
A indicação para a vaga no STF deve ser submetida à aprovação do Senado, e, caso seja aceita, ocupará a vaga deixada por Lewandowski no tribunal. Os petistas, em particular, preocupam-se com a possibilidade de Moraes e o governo Lula entrarem em conflito no futuro, pois há indícios de que o ministro do Supremo possa ter aspirações políticas. O desentendimento já deu sinais, quando a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a Justiça Eleitoral, sendo rebatida por Moraes, que é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Diante disso, a ala petista considera crucial nomear alguém capaz de servir como uma contraparte de poder a Moraes, alinhada com o partido, mas o dilema reside no fato de que, apesar da confiança em Messias, ele pode não ter a liderança necessária para desempenhar esse papel. O advogado-geral da União, com 43 anos e sua primeira experiência em um cargo de alto escalão, é visto como uma opção menos experiente do que Bruno Dantas, atual presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), que, embora também jovem (com 45 anos), possui um histórico mais sólido e o apoio de várias lideranças do MDB e do Centrão.