A investida da procuradoria foi contra o jornalista Alexandre Garcia, que defendeu a investigação das causas das enchentes no Rio Grande do Sul
Mais uma vez, foi objeto de crítica pelo jornal O Estado de S. Paulo a atuação da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia, vinculada à Advocacia-Geral da União (AGU), instituição criada durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a avaliação da empresa de comunicação, o órgão é acusado de almejar, de forma ilegítima, ditar a verdade no país.
Desta vez, o alvo das ações da procuradoria recaiu sobre o jornalista Alexandre Garcia, que pleiteou a investigação das causas das enchentes no Rio Grande do Sul após manifestações de prefeitos sobre uma possível relação com três barragens em rios gaúchos. O Estado registra um triste saldo de mais de 40 mortes como resultado das intensas chuvas e alagamentos ocorridos no início do mês.
O caso do jornalista é citado pelo Estadão em seu editorial, no qual se reitera que “não cabe ao governo definir o que é desinformação, muito menos estabelecer o que é verdade”. O jornal caracteriza o órgão como detentor de uma atribuição típica de regimes autoritários, que é a definição, pelo governante, do que pode ser expresso em uma sociedade.
Além disso, o jornal ressalta que a atuação desse órgão criado por Lula se concentra predominantemente em direcionar medidas contra aqueles que são considerados “inimigos do governo”. O Estadão conclui seu editorial argumentando que o Judiciário possui os meios legais necessários para responsabilizar a imprensa por disseminação de desinformação, e que a definição do que pode ser dito não deve ser uma prerrogativa do Executivo. Portanto, a necessidade de reconhecer a inconstitucionalidade da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia é enfatizada.