As acusações incluem crimes contra o estado democrático, dano qualificado e violação dos deveres funcionais estabelecidos na Constituição e nas normas da PM do DF
Uma operação da Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (18) membros da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal sob suspeita de omissão nos atos ocorridos em 8 de janeiro. Sete mandados de prisão preventiva estão sendo cumpridos hoje pela manhã.
Entre os detidos estão o atual comandante-geral da PM, coronel Klepter Rosa Gonçalves, que na época dos eventos era subcomandante da corporação, e o ex-comandante Fábio Augusto Vieira, que chefiava a Polícia Militar do DF à época. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou os mandados após solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apresentou denúncia contra eles por omissão nas ações .
As acusações incluem crimes contra o estado democrático, dano qualificado e violação dos deveres funcionais estabelecidos na Constituição e nas normas da PM do DF. A PGR apresentou provas de que os envolvidos estavam cientes das intenções golpistas do movimento e do risco iminente de invasão às sedes dos Três Poderes. A constatação de contaminação ideológica entre os oficiais da Polícia Militar foi citada, incluindo a adesão a teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e teorias golpistas. A PGR destaca que os denunciados, ocupando cargos de comando na corporação, deixaram de cumprir o dever funcional de agir diante dos riscos previsíveis.
No mesmo contexto, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), chegou a ser afastado do cargo por Alexandre de Moraes, enquanto o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, foi detido por três meses e posteriormente liberado. Os advogados de Fábio Vieira afirmaram que a prisão preventiva carece de base nos fatos e justificativas jurídicas.