Os nomes dos responsáveis na Secretaria do GSI não foram mencionados, mas os indícios apontam para o general Carlos Feitosa Rodrigues, chefe da secretaria na época.
Uma investigação militar, que deveria apurar a atuação das tropas na proteção do Palácio do Planalto durante os ataques de 8 de janeiro, eximiu as forças militares de culpa, apontando em vez disso “indícios de responsabilidade” na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, vinculada ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional). A informação foi publicada pelo Estadão nesta segunda-feira (31).
De acordo com o inquérito, o governo Lula (PT) poderia ter evitado a invasão do palácio ou minimizado os danos se tivesse tido um “planejamento adequado” desde o início do mandato. Os nomes dos responsáveis na Secretaria do GSI não foram mencionados, mas os indícios apontam para o general Carlos Feitosa Rodrigues, chefe da secretaria na época.
A análise militar também evidenciou que o protocolo de ações do GSI e do Comando Militar do Planalto (CMP), chamado de Plano de Operações Escudo, não foi devidamente acionado. A Secretaria deveria ter buscado informações junto à Abin e aos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, o que não aconteceu.
Além disso, a falta de um planejamento adequado deixou as tropas despreparadas para reagir à investida, o que resultou na invasão do Palácio do Planalto e em danos patrimoniais significativos. O inquérito não encontrou indícios de crime militar ou comum na atuação das tropas.
Em meio a imagens que comprovam a falta de homens no local e a ausência de comando, a investigação também destacou falhas da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal, embora essa pasta não tenha sido alvo da apuração. O protocolo de ações integradas não incluiu o GSI e o CMP, e a Polícia Militar do DF não impediu a chegada dos manifestantes até a Praça dos Três Poderes, como deveria.
Embora a investigação militar tenha concluído suas alegações, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de que os militares envolvidos no ataque de 8/1 serão processados e julgados pelo próprio tribunal, ainda pode trazer novos desdobramentos ao caso. Enquanto isso, o Exército permanece em silêncio, se recusando a explicar a ausência de depoimento do general Feitosa durante a apuração.
Por portal Novo Norte