Assim como escovar os dentes, manter o nariz limpo com soro fisiológico deve fazer parte da rotina dos pequenos para evitar doenças respiratórias o…
Ficar com nariz entupido não é fácil para adultos, e quando é com bebês e crianças pequenas, o incômodo é ainda maior. Talvez por conta do alívio que é poder respirar bem de novo, a internet está cheia de vídeos que viralizaram nos últimos meses mostrando o procedimento de lavagem nasal. A mãe do pequeno Antonio, Thais Andrade, não imaginava que a simples lavagem nasal – que já é hábito na família – e registrada sempre que possível, ia ultrapassar mais de 3 milhões de visualizações. E com a chegada do outono, a prática deve passar a ficar ainda mais regular, alertam os pediatras.
Antigamente, fazer a lavagem das vias aéreas era recomendação para quando as crianças estivessem doentes. Hoje, orienta-se fazê-la diversas vezes ao dia, conforme a necessidade, mantendo a higienização das mucosas, fluidificando a via aérea nasal e diminuindo a inflamação local.”Com a lavagem diária, percebemos menor incidência de quadros respiratórios e melhora da saúde em geral”, explica a pediatra e neonatologista, Dra. Gabriela Facchini.
Mudanças bruscas de temperatura, de umidade no ar, alergias respiratórias, alergias alimentares, poeira, mofo, ácaros, resfriados e gripes. Diversos são os motivos que levam as crianças a ficarem com uma produção excessiva de secreções que atingem primeiramente as narinas e, na sequência, as fossas nasais, podendo atingir também o canal auditivo.
Uma das soluções cada vez mais recomendadas pelos pediatras é a lavagem nasal infantil com soro fisiológico, que além de exercer o papel de desobstruir as narinas e fossas nasais, melhorando a respiração, também pode evitar que as doenças se instalem, cumprindo um papel preventivo. Por isso, pediatras já recomendam que a limpeza seja feita todos os dias a fim de tentar eliminar microorganismos presentes nas vias aéreas superiores, como vírus, bactérias e fungos.
A lavagem nasal é uma maneira natural de desentupir o nariz evitando-se o uso de descongestionantes nasais locais, que podem trazer efeitos colaterais e também de antialérgicos. De acordo com a fisioterapeuta respiratória Genai Latorre, a lavagem nasal infantil deve ser um hábito tal e qual escovar os dentes.
“Sabemos que lavar o nariz dos pequenos pode ser um desafio. Então, quanto menos traumático for o processo, melhor será o resultado. Eu recomendo que os pais busquem dispositivos adequados para crianças, de preferência com aspecto lúdico e adaptado para esse momento para facilitar a vida dos pais e responsáveis e aumentar a aderência ao tratamento por parte das crianças”, comenta a especialista Genai Latorre.
Muitas crianças ainda têm resistência ao método. Mãe de dois meninos, Guilherme, de 5 anos, e Victor, de 8, a bióloga Michele Longo conhece de perto essa dificuldade. Victor tem Síndrome de Down e precisa fazer o procedimento diariamente, pois uma das características da síndrome é a hipotonia muscular, ou ‘frouxidão muscular’, que dificulta expelir a secreção. Segundo ela, realizar a técnica com uma seringa comum exigia paciência e estratégia, pois o filho tinha medo de injeção.
A fisioterapeuta Genai Latorre reforça que os pais precisam avaliar a segurança dos dispositivos usados. As seringas comuns, por exemplo, podem soltar pedaços do êmbolo no nariz da criança, além de acumular fungos e bactérias.
Como fazer a lavagem?
Para que a lavagem seja realizada corretamente, os pais devem seguir alguns cuidados como posicionar a criança com a cabeça para frente e levemente inclinada para um dos lados para a secreção sair da narina e a pressão do jato deve ser suave e contínua. Além disso, recomenda-se o uso de soro na temperatura ambiente e nunca gelado. A quantidade de soro também é um fator importante.
Por portal Novo Norte