Antibióticos adultos e infantis, dipirona e medicações mais específicas para tratamento de doenças crônicas sumiram, não só das prateleiras das unidades públicas que dispensam remédios gratuitos, mas também das principais redes de farmácias de Macaé e região. E o motivo segue um fator que está bem distante da angústia e do sofrimento dos pacientes, assim como da capacidade das prefeituras em garantir a renovação dos seus estoques.
Em Macaé, não faltam relatos de pacientes que buscam medicações de prescrições consideradas como simples, que acompanham o atual quadro viral de gripe comum a este período do ano. Enquanto crianças e idosos são os principais acometidos por doenças sazonais do inverno, a demanda por esses remédios que combatem sintomas como febre, inflamações e acúmulo de secreções aumentam de forma exponencial.
De acordo com informações divulgadas pela prefeitura, cerca de 40 itens da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) estão em processo de compras e enfrentam o desabastecimento encarado por todo o território nacional.
A Secretaria Municipal de Saúde já promove, desde o início do ano, força-tarefa com objetivo de acelerar os processos de licitação e compra, com reserva de orçamento e a busca de fornecedores com itens a disposição para entrega imediata. No entanto, esse esforço tem esbarrado na ausência de medicações provocada por fatores internacionais, ou pela alta vertiginosa dos preços de alguns produtos que tiveram o teto suspenso pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), do Ministério da Saúde.
Um alerta sobre a falta de disponibilidade desses itens que vão desde soro fisiológico até contraste utilizado em cirurgias foi emitido pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, o Conasems, um cenário encarado pelas principais capitais do país, que possuem maior acesso a fábricas e importadoras de remédios que constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME).
O cenário da pandemia da Covid-19, relacionado a Guerra da Ucrânia, tem interferido nos preços dos itens essenciais para a produção dessas medicações, e isso tem elevado preços e reduzido a produção em escala global.
E, por conta disso, o antibiótico e a dipirona estão, ou bem mais caros, ou em falta nas unidades das farmácias, pública e privadas, mais próximas a sua residência.