Em evento na CNI, ministro destaca a importância de se ampliar a fronteira de possibilidades de produção no Brasil

O apoio à transformação do Estado brasileiro é fator essencial para permitir a aceleração do ritmo de crescimento no país, apontou nesta terça-feira (7/12) o ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília.

“Há casos sucessivos de milagres na economia mundial. Países que crescem 4%, 4,5%, durante três, quatro, sete anos seguidos, até com taxa de investimento mais baixas que a nossa, simplesmente porque desregulamentaram e ampliaram a fronteira da possibilidade de produção no país. O Brasil pode fazer isso. Mas é preciso essa atitude de apoio à transformação do Estado”, afirmou o ministro.

Há casos sucessivos de milagres na economia mundial. Países que crescem 4%, 4,5%, durante três, quatro, sete anos seguidos, até com taxa de investimento mais baixas que a nossa, simplesmente porque desregulamentaram e ampliaram a fronteira da possibilidade de produção no país. O Brasil pode fazer isso” Paulo Guedes.

Na cerimônia – que contou com a presença de diversos ministros, autoridades e empresários – o presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu da CNI um documento com 44 propostas para a retomada da atividade industrial e a expansão do emprego em 2022.

Durante o evento, Guedes falou sobre a importância da defesa da agenda de modernização pelos diversos segmentos da sociedade, e reforçou que o diálogo entre líderes dos setores público e privado é condição necessária para estimular o crescimento, induzir investimentos e promover a geração de emprego e renda. A avaliação do ministro é de que esse diálogo é capaz de formar uma “camada de inteligência institucional para liderar as forças produtivas do país”.

A segunda etapa da reforma tributária é pauta prioritária, pontuou o ministro. “Acho um sinal de inteligência aprovar [a alíquota] de 15% sobre dividendos”, afirmou Guedes. Ele também criticou o modelo de tributação sobre folha de pagamentos: “É uma máquina de destruição em massa de empregos”.

Agenda

O ministro lembrou que a agenda transformadora, liberal, focada nos desafios globais de construção de uma nova economia, verde e digital foi colocada em prática desde o início do governo. “Começamos com uma agenda de reformas, iniciamos a grande reforma da previdência. Começamos também com a reforma do marco regulatório, que estava parada há sete anos. Saneamento, petróleo, gás natural”, enfatizou.

Ao falar sobre os desafios do governo na promoção do crescimento, Guedes esclareceu a importância dada ao controle das contas públicas. “Chegamos com déficit de 2% do PIB. No primeiro ano, puxamos para 1%. Chegou a doença [Covid-19], fomos a 10,5%. Este ano, o déficit fecha em 1% do PIB. Nenhum país fez isso”.

Guedes afirmou que houve cuidado com os gastos públicos, mesmo durante os momentos mais críticos da pandemia, evitando a repetição do descontrole no endividamento, em governos passados. “Corajosamente o país enfrentou a pandemia, gastou e pagou os custos. Gastou substituindo gastos, não faltou dinheiro para a saúde, cortamos em outras áreas. O duplo compromisso [saúde e economia] é a nossa marca”. Ele destacou, ainda, a importância do novo Auxílio Brasil, que garantirá renda básica aos brasileiros mais pobres.

O ministro lembrou que as ações do governo de combate aos impactos da pandemia protegeram a saúde dos brasileiros e a economia nacional: “Protegemos 68 milhões de brasileiros e voltamos às reformas estruturantes”.

Paulo Guedes reafirmou seu otimismo em relação às perspectivas de crescimento em 2022 e nos próximos anos. “Quando olho para o futuro, não consigo ver o Brasil não crescer. Temos de resistir ao ceticismo”, concluiu.