A Bacia de Campos será o grande foco deste ano e do próximo dentro do programa exploratório da Petrobrás. Ao todo, a companhia pretende perfurar 20 novos poços entre 2021 e 2022 no Brasil, sendo que 11 deles estarão dentro de Campos, na chamada “franja do pré-sal”. O movimento poderá resultar em um impulso nos próximos anos na produção da bacia, que vem passando por um declínio natural com o passar do tempo. A petroleira também prepara novas perfurações no pré-sal da Bacia de Santos além de poços na bacia do Espírito Santo e na Margem Equatorial. As informações foram detalhadas pelo diretor de exploração e produção da Petrobrás, Fernando Borges, durante a apresentação de resultados da petroleira.
“Nos anos de 2021 e 2022, nessa busca de novas jazidas para manter ou crescer a produção da companhia, teremos em torno de 20 poços exploratórios previstos. Serão 11 na Bacia de Campos, muitos deles naquela franja externa ao polígono no pré-sal, onde estamos perfurando hoje dois poços”, disse Borges. “Teremos ainda nesse biênio seis poços exploratórios no pré-sal na Bacia de Santos e outros dois poços na Bacia do Espírito Santo, que também visam jazidas abaixo da camada de sal”, acrescentou o executivo.
Fernando Borges ainda disse que a Petrobrás pretende perfurar até dois novos poços na chamada Margem Equatorial, que compreende as bacias de Potiguar, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. A atividade nessa área, contudo, ainda depende da emissão de licenças ambientais. “Vemos a Guiana e o Suriname com um tremendo sucesso na exploração de óleo. E nós temos blocos a 30 km da divisa com a Guiana, a 160 km da costa, entre 2 mil e 3 mil metros de lâmina d’água. Mas ainda estamos esperando a licença ambiental para buscar [petróleo] nessa que é a última fronteira exploratória da Petrobrás”, afirmou.
O diretor lembrou ainda que o planejamento estratégico da petroleira para o período entre 2022 e 2025 prevê um total de até oito poços na Margem Equatorial. Para chegar a esse número, porém, os resultados dos dois primeiros poços precisam confirmar, de fato, o potencial esperado para os blocos dessa região. “Temos previsto no nosso plano de negócio um investimento de US$ 1 bilhão para a Margem Equatorial, contemplando até oito poços. Ainda não temos licença para Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. Já obtivemos licença para furar Pitu, que é uma descoberta em água profundas no Rio Grande do Norte, na Bacia Potiguar”, informou Borges.
Ontem, o Petronotícias informou sobre trabalhos acadêmicos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) que apontam para o potencial das bacias da Margem Equatorial. Os estudos foram apresentados durante um seminário virtual organizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). As pesquisas concluíram que as bacias de Pará-Maranhão/Barreirinhas, Potiguar e da Foz do Amazonas reúnem indícios que indicam potenciais sistemas petrolíferos ativos.
Por Davi de Souza – Site Petronotícias