Maior queda no índice de leitura foi entre pessoas com ensino superior
Entre 2015 e 2019, o Brasil perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores. A diminuição foi mais sentida entre aqueles que possuem ensino superior ou estão na classe A. Quem traz os números é a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. A causa da queda do índice de leitura entre os participantes da pesquisa foi o uso das redes sociais. Em 2015, por exemplo, 47% dos entrevistados disseram que usam a internet no tempo livre. Esse percentual aumentou para 66% em 2019. Já o uso do WhatsApp passou de 43% para 62%.
Para a coordenadora da pesquisa, Zoara Failla, as pessoas estão usando o seu tempo livre, não para a leitura de literatura, mas nas redes sociais. “A gente nota que a principal dificuldade apontada é tempo para leitura e o tempo que sobra está sendo usado nas redes sociais”, afirma Failla. De acordo com o estudo, 82% dos leitores gostariam de ter lido mais, 34% alegaram falta de tempo e 28% disseram que não leram porque não gostam.
Como já mencionado no início do texto, as maiores quedas no percentual de leitores foram observadas entre as pessoas com ensino superior, que passou de 82% em 2015 para 68% em 2019, e na classe A, que passou de 76% para 67%.
Foram feitas 8.076 entrevistas em 208 municípios entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. A coleta de dados foi encomendada ao Ibope Inteligência. A pesquisa foi feita antes da pandemia do novo coronavírus, não refletindo, portanto, os impactos da emergência sanitária na leitura no país. Esta é a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró Livro em parceria com o Itaú Cultural.
Média de leitura no Brasil
Em média, o brasileiro lê cinco livros por ano, segundo a pesquisa. Destes, a Bíblia é apontada como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e, também, como o mais marcante. Apenas 5% dos leitores disseram que não leram mais porque acham os livros caros. Um dos fatores que influenciam a leitura, de acordo com o estudo, é o incentivo de outras pessoas. Um a cada três entrevistados, o equivalente a 34%, disse que alguém o estimulou a gostar de ler.