O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira - Divulgação

Anunciada sem muito alarde, a eleição para presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan, começa a provocar mudanças e a retaliação é o primeiro caminho de quem descobre que, dentro do seu ninho, alguém pulou fora. Com o comparecimento de 101 representantes de sindicatos industriais associados e habilitados para votar, houve um voto em branco, o atual presidente Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, com 58 votos, emplaca mais um período.

Ele enfrentou a chapa oponente comandada pela empresária Ângela Costa, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, que obteve 42 votos, ou seja, Eduardo Eugênio que vem se perpetuando no cargo, foi ameaçado de perder o lugar por apenas 16 votos. Conhecido o resultado, em situações como essa, começa a caça às bruxas uma vez que o poder de persuasão é quase natural.

O vencedor começa a procurar os apoios contrários para defenestrar da posição que ocupam os que votaram contra a chapa da situação. E foi isso que aconteceu com o presidente da Firjan Regional Norte Fluminense, que foi destituído do cargo, mas acabou ganhando o apoio dos empresários que fazem parte do grupo Firjan não só em Campos, como em Macaé.

Em carta aberta, Fernando Aguiar lamenta “a clara retaliação política por ter participado de um processo livre e democrático” enquanto empresários de Macaé também lamentam que a instituição possa falar em ato democrático, após estar o atual presidente Eduardo Eugênio se mantendo como presidente há 16 anos e seu novo mandato vai até 2024. Fernando Aguiar ganha apoio e não se sabe, agora, qual a orientação dos novos dirigentes da Regional NF da Firjan. Em São Paulo, o presidente da Fiesp que há quatro períodos se mantém à frente da instituição, preferiu não disputar a reeleição.

Abuso do dinheiro público

No ano político em que nos mais de 5.570 municípios serão realizadas eleições para a escolha de novos prefeitos e vereadores, haverá também fartura de dinheiro público para a gastança, desde que, além do Fundo Partidário que gira em torno de R$ 1 bilhão, foram acrescentados mais R$ 2 bilhões para o Fundo Eleitoral, com o objetivo de financiamento público de campanha. Como agora a legislação não permite que os atores dos partidos exijam caixa dois com dinheiro doado por empresas para fazer campanha, e quando isso acontecia tivemos os exemplos do mensalão e do petrolão, agora quem está pagando a conta é o contribuinte.

Além dos altos subsídios e gratificações que incorporados os benefícios elevam o gasto com um deputado federal em cerca de R$ 165 mil reais por mês, a campanha na prática já em curso, movimenta 33 partidos que vão com sede ao pote porque as organizações partidárias se transformaram em máquinas eleitorais. Os partidos políticos passaram a operar como empresas, subsidiadas pelo Tesouro Nacional, com receita média acima de R$ 50 milhões, sendo que os maiores – PT, PSL, MDB, e PSDB, recebem cada um, mais de R$ 150 milhões por ano.

Como é o contribuinte que paga as contas dessa estrutura, composta por entidades privadas, mas administradas sem limites entre o público e privado, são mais de 100 mil diretórios, representações partidárias formais nos Estados e municípios, obscuras no manejo do dinheiro público. Até o mês passado, mais de 50 mil diretórios partidários não haviam apresentado à Justiça Eleitoral as prestações de contas obrigatórias sobre gastos feitos em 2017 e 2018, somando-se à omissão, a ineficiência do sistema de fiscalização. E, na origem desse sistema viciado, um convite à corrupção, numa legislação feita de acordo com as conveniências dos principais interessados na confusão e leniência dos organismos de controle e fiscalização. Os partidos cada vez mais se distanciam do eleitorado, razão teórica da sua existência, não como negócios.

 

PONTADAS

Pela primeira vez – e sempre existe a primeira vez – o ex-presidente Lula admitiu que o Partido dos Trabalhadores pode não ter candidato a Presidente da República em 2022, ponderando ser possível apoio a outra sigla, dependendo de um nome viável. Por via das dúvidas, ele já descartou o nome de Ciro Gomes (PDT), que em 2018, durante a campanha do segundo turno, preferiu viajar para a Europa e descartar o apoio ao PT.

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Pelas redes sociais, quem acompanha os bastidores da política, acredita que este ano, será DRAJRNAVEIA. Ou seja, uma mensagem cifrada de que o prefeito vai ter candidato e eleger seu sucessor, graças ao sucesso na administração da crise do coronavírus. Muitos perguntam se ele, igual a Lula, poderia eleger um “poste”. Como é eleição, as apostas estão na mesa.

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Enquanto o tempo passa, mais espaços públicos que poderiam facilitar a vida do cidadão, continuam sendo deixados de lado e a conta vai ficando alta, bem alta, por conta dos aluguéis que a prefeitura prometeu acabar mas continua ampliando. O sucessor de Dr. Aluízio terá uma enorme grande dor de cabeça para desatar os nós que estão sendo deixados para estourar exatamente no início da próxima administração. Quem viver, verá.

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Até domingo.