Durante a programação, ministrada pela psicóloga Rose Motta, foi abordada a importância da sanção da Lei Maria da Penha
Considerada o maior evento de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher realizada no Brasil, a campanha “Agosto Lilás” foi destaque na quarta-feira (21) na unidade do Centro Municipal de Atendimento Especializado ao Escolar (Cemeaes), do Centro. Durante a programação, ministrada pela psicóloga do espaço, Rose Motta, foi abordada a importância da sanção da Lei Maria da Penha que é reconhecida por mudar a forma de atuação do poder público na proteção às vítimas. O Brasil ocupa hoje o 5º lugar no mundo no ranking de violência doméstica.
A roda de conversa foi aprovada pelos participantes, entre eles familiares dos 800 atendidos do Cemeaes-Centro e profissionais. Silvana Silva de Souza, de 27 anos fez questão de comparecer. “Meu filho, Marcos, recebe atendimento no Cemeaes e, quando soube desta conversa, fiz questão de me envolver. Esse assunto me comove muito. Temos que realmente debater questões voltadas para violência contra mulher”, comenta. Da mesma opinião é a auxiliar do Cemeaes, Carla Manhães, 35 anos. “Todos nós já ouvimos falar sobre o caso de alguém que é ou foi vítima de algum tipo de violência. A informação e cuidado são importantes”, ressalta.
De acordo com registros, a cada dois minutos uma mulher no Brasil recebe da Justiça medida protetiva para impedir que ela seja alvo da violência doméstica. Durante a palestra foram apresentados os tipos de violência: físico, psicológico, sexual, patrimonial e moral. Macaé conta com o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) e tem uma rede de multiplicadores, incluindo profissionais da 123ª Delegacia de Polícia de Macaé, do 32º Batalhão de Polícia Militar, Defensoria Pública, Juizado Criminal, Ministério Público, Secretaria de Saúde e Hospital Público Municipal (HPM).
O município conta ainda com a patrulha Maria da Penha, com atendimento 24 horas no telefone 0800 282 2108. Além do atendimento individual para mulher que necessita de ajuda, a patrulha também atua com fiscalização de medidas protetivas, com possível efetuação de prisão em caso de desacato à medida judicial
De acordo com o secretário de Educação, Guto Garcia, a rede municipal também investe em encontros voltados para conscientização. “A lei 11.340 de 2006 (Lei Maria da Penha) deve ser abordada junto à rede municipal em palestras, encontros e oficinas. Medidas protetivas e o enfrentamento de situações que envolvem a violência contra mulher são questões que devem ser abordadas junto à comunidade escolar”, pontua.
Para a responsável pelo Cemeaes-Centro, Angélica Gonçalves, o debate se faz necessário. “No mês de julho, a roda de conversa foi sobre o tema família. A programação será mensal, mas nesse mês vimos a necessidade de promover um encontro voltado para a conscientização das mulheres”.
CEAM – O Ceam atende de segunda à sexta-feira na Rua São João, 33, Centro, ao lado da 123ª DP. O espaço funciona com uma rede proteção e atendimento à mulher, sempre preservando o sigilo da atendida. O trabalho conta com uma equipe multidisciplinar formada por assistente social, psicólogos e advogados, que realizam acolhimento específico e direcionado conforme a demanda. Dependendo do caso, existem encaminhamentos para unidades de saúde, Delegacia de Polícia, Juizado Criminal, Ministério Público e Defensoria Pública. Os telefones de contatos são: 2796-1328 e 99707-2085 (WhatsApp).