Audiência pública aconteceu na noite desta quinta-feira (11), no plenário do Legislativo
A pedido do Executivo, a Câmara Municipal sediou a primeira audiência para discutir o novo processo de licitação para o transporte público de Macaé, na noite de quinta-feira (11). Entre as propostas apresentadas, destacam-se a viabilização do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), com vagões adquiridos desde a gestão passada, e a aquisição de ônibus com maior capacidade de passageiros. Os vereadores presentes criticaram o serviço prestado do Sistema Integrado de Transporte (SIT) e principalmente a ausência do prefeito no encontro.
Presidente da Comissão de Transporte, Cristiano Gelinho (PTC) conduziu a audiência. Ele falou sobre as expectativas da população por um serviço mais eficaz. “Que a proposta seja amplamente discutida e que resulte em mais qualidade para todos”, disse.
Para Robson Oliveira (PSDB), os debates ficaram prejudicados com as ausências do prefeito e da Procuradoria, que poderia tirar dúvidas sobre o conteúdo jurídico da licitação. Moradores inscritos na audiência também cobraram um diálogo direto com o chefe do Executivo.
Reginaldo do Hospital (Pros) denunciou problemas com a acessibilidade para cadeirantes. O vereador apresentou depoimentos de passageiros que não conseguiram embarcar por conta de ônibus apresentarem defeitos nos elevadores.
Já Márcio Bittencourt (MDB) lembrou que, por lei, municípios com mais de 200 mil habitantes são obrigados a adotarem ônibus climatizados. “Vamos apresentar um projeto para reforçar a medida em Macaé.”.
O público também reclamou da demora nas linhas e da superlotação, em contraponto aos números positivos divulgados pela Mobilidade. Segundo Marvel Maillet (Rede), a linha T11, que sai do Lagomar, pode levar até duas horas até chegar ao terminal Parque de Tubos.
De acordo com informações da secretaria de Mobilidade Urbana, o Sistema Integrado de Transporte (SIT), composto por duas empresas, seguiu com o serviço, após o prefeito ter prorrogado a licitação que venceu em 2015. A nova proposta também segue com dois lotes para as atuais 63 linhas em circulação.
Para aumentar a oferta, a prefeitura entende que a atual frota de 144 ônibus deve ser mantida, mas com modelos maiores, aumentando a capacidade de transporte. Há também estimativa para implantação do serviço executivo, atraindo pessoas que costumam usar carros, e do bilhete único de integração.
Outra novidade é que todas as linhas voltarão a ter obrigatoriedade da presença de um cobrador. Os prazos para a licitação e as estimativas das empresas vencedoras passarem a operar, no entanto, não foram divulgadas.
VLT: vai sair do papel?
Em dias comerciais, a média de passageiros do transporte público chega a 103 mil. De acordo com o secretário de Mobilidade, Carlos Roberto Lima Oliveira, quem assumir o serviço terá que viabilizar o VLT, utilizando a linha que liga o Lagomar ao Parque de Tubos. “Ao todo, serão instalados 18 pontos para atender as pessoas com qualidade e segurança”, disse.
Para o vice-presidente da Câmara, Julinho do Aeroporto (MDB), a situação não é fácil de ser resolvida. “Antes da ponte da Barra, há muitos imóveis que estão praticamente na linha que passava o trem. Como farão com estas famílias? Espero que aconteçam outras audiências. Em Campos dos Goytacazes, por exemplo, fizeram 10 encontros para dar a oportunidade de todos participarem”, defendeu.
Luiz Fernando (sem partido) reforçou discurso em defesa do VLT. “Se a ferrovia não for incluída na licitação, teremos um novo monopólio. Não é isso que as pessoas querem.”
Atualmente, o programa que garante a passagem a R$ 1 conta com 140 mil pessoas cadastradas. A Mobilidade segue recebendo novos pedidos e espera utilizar o cartão como bilhete único para integrar linhas e os ônibus com o serviço ferroviário.