Na reta final da campanha nas ruas, até as Fake News embaralham a cabeça dos 150 mil eleitores da cidade
Com o poder de garantir representatividade na composição futura dos parlamentos Estadual e Federal, iniciando assim um passo importante para a restruturação da política de um dos municípios mais ricos do país, o eleitorado macaense segue hoje no centro de uma disputa pelo voto pautada por ataques mobilizados por denúncias e Fake News, que confundem muito mais que ajudam a definir os números que serão registrados nas urnas neste domingo (7).
Desde o início desta semana, a campanha nas ruas da cidade ganhou contorno peculiar, a partir de discursos registrados no plenário da Câmara de Vereadores, que envolvem o julgamento de atos sem provas, que apostam na condenação prévia do eleitorado, abastecido por informações falsas, as chamadas “Fake News”.
Ao menos três parlamentares confirmaram a existência de uma “taxa”, cobrada pelo tráfico de drogas, para a realização de campanha dentro de comunidades. O fato gerou até um posicionamento oficial da Câmara, exigido por um dos candidatos afetados pelo crime, Marcel Silvano (PT). “Isso não pode ocorrer no momento em que se discute a reformulação da democracia nacional”, disse.
Além dele, Marvel Maillet (REDE) e Val Barbeiro (PHS) também confirmaram a existência da taxa que teria sido paga apenas por três candidatos locais. “De qualquer maneira eu mantenho o meu trabalho nas comunidades. Lá é que o povo mais precisa de nós, seja como vereador ou como candidato a deputado estadual”, disse Val.
E do que começou como um ato de compra de votos através de brinquedos, acabou sendo reduzida a uma doação suspeita destinada à celebração do Dia das Crianças, comemorada em 12 de outubro. Da Malvinas, surgiu a suspeita de que o poder econômico, marca registrada de candidatos locais, seria a saída para definir votos nas áreas que historicamente são assediadas pelo maior crime das eleições: a corrupção.
Enquanto tudo está sendo apurado pela Justiça, até que se prove o contrário, todos os 12 candidatos a deputado estadual e 10 postulantes à vaga no Congresso Nacional estão aptos a participar do pleito, cujo desfecho corre o risco de não representar o que de fato Macaé precisa para o futuro.