O livro, já em sua 23ª edição, é situado no período da ditadura militar e fala sobre uma família que precisa deixar o Brasil depois que a redação do jornal em que o pai trabalha é invadida. Alguns dias depois, a família começa a receber ameaças, o pai desaparece, reaparece e a família começa seu caminho pelo exílio A ditadura militar é o pano de fundo, mas o livro conta, com base na visão dos meninos, a aventura de viver a infância e a adolescência longe de casa.
Uma postagem no Facebook, nesta segunda-feira, 1º, na página Alerta Ipanema, que tem a imagem do candidato Jair Bolsonaro e de seu filho Flávio como ‘foto de capa’, dizia: “Colégio Santo Agostinho – Leblon é acusado de doutrinar crianças do sexto ano (11 e 12 anos) com ideologia comunista em sala de aula”. O post continua com o seguinte texto: “Bom dia. Os pais do 6º ano do CSA estão indignados com o livro que a escola mandou ler no 4º bimestre. Meninos Sem Pátria conta a história de um jornalista que vive exilado com a família durante o regime militar e mediante a aventura, o livro critica governos militares enaltecendo a ótica de esquerda.”
De acordo com o site da revista Veja, na manhã desta terça, 2, a coordenação da escola enviou um comunicado aos pais suspendendo a leitura do livro “para fins de atividades escolares”. A nota afirma que a decisão foi tomada pela direção após tomar conhecimento do livro e de analisá-lo com a equipe de coordenação.
A reportagem tentou contato com a escola, mas não conseguiu.
Meninos Sem Pátria é o quarto livro mais vendido da Coleção Vaga-Lume, ficando atrás apenas de A Ilha Perdida, de Maria José Dupré; O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida; e A Turma da Rua Quinze, de Marçal Aquino.