Estudantes de enfermagem precisam conviver com o estereótipo de que são médicos frustrados
Estudantes com vocação para área de saúde precisam lidar com uma dúvida cruel antes de escolher entre tantas opções de cursos. E quando a escolha é seguir a carreira da Enfermagem, eles ainda têm que conviver com os estereótipos dessa profissão e com algumas afirmações equivocadas, como por exemplo, a de que enfermeiros são médicos frustrados. E, mesmo este sendo um comentário muito comum, não condiz com a realidade.
O médico cuida do diagnóstico, o enfermeiro dá assistência ao paciente. São dois profissionais cujas atividades se completam, sem relação de subordinação. Conforme a resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº 0570/2018, o profissional recém-formado pode se especializar em uma das categorias agrupadas em três diferentes áreas.
Na área I, os campos são: saúde coletiva, saúde da criança e do adolescente, saúde do adulto, saúde do idoso, e urgência e emergência. Na área II, o foco é a gestão e, na terceira, é ensino e pesquisa. Ainda de acordo com o Cofen, no Brasil, existem em média, 500 mil enfermeiros com ensino superior exercendo a profissão. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), são reconhecidos, no Brasil, 53 áreas de atuação médica e existem 457.723 profissionais em atuação.
Para Naiara Silva, de 24 anos, aluna do sétimo semestre de Enfermagem, as duas áreas se complementam. “Enfermagem sempre foi a minha primeira opção, eu amo cuidar das pessoas e me sinto bem exercendo essa função”, frisa. Ela até já pensou em cursar medicina, mas depois que fez um curso técnico de enfermagem se apaixonou pela profissão e não sente mais a necessidade de se tornar médica.
Para Naiara, o preconceito perdeu força ao longo dos anos, mas não foi extinto. “Meu desejo, é que o trabalho dos enfermeiros se torne mais conhecido e visto com menos preconceito. Os serviços prestados por cada uma das profissões são diferentes e precisam ser valorizados. Mas me encontrei na enfermagem porque tenho muito contato com os pacientes. Sinto-me próxima e isso é gratificante”, conclui.
Jornadas de trabalho exaustivas, anos de estudo e habilidades para cuidar de pessoas são características comuns em entre os profissionais de enfermagem e de medicina. No entanto, essas profissões possuem diferenças cruciais que vão desde o período de graduação até a remuneração no mercado de trabalho.
Os estudantes de medicina dedicam cerca de seis anos para a graduação, divididos entre estudos teóricos, práticos e dois anos para especialização através da residência. Já os estudantes de enfermagem passam quatro anos na universidade e, após a formatura, já podem atuar.
Medicina é uma das profissões mais concorridas do Brasil, mas também a mais bem remunerada. Os ganhos iniciais chegam a 3 mil reais mensais – a depender da área de atuação. No auge da carreira, alguns médicos têm uma média salarial superior a 25 mil reais. Já os profissionais de enfermagem têm salário inicial de 2 mil reais e cerca de 6 mil reais no auge da carreira.
Confira aqui a média salarial de um enfermeiro de acordo com o SINE – Site Nacional de Empregos
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