Com prazo de validade, o processo de intervenção federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro pretende dar respostas, não apenas aos índices apontados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), que colocam Macaé no segundo lugar regional, onde se registra o maior número de homicídios e outros crimes.
Com a cobrança e os anseios da sociedade, a intervenção chega a Macaé para apresentar o modelo adotado pela gestão do Exército, que visa enfrentar a criminalidade com a mesma força, aparato e poder bélico, que os grandes traficantes mantêm do alto das comunidades cariocas.
Apesar da derrota desta guerra já estar garantida, as forças de segurança revigoram a disposição para o enfrentamento, se armando do apoio de iniciativas já criadas pela intervenção, que repete programas de incentivo criados pelo Estado, como forma de manter a tropa nas ruas, atuando sempre na repressão ao crime.
Por ora, a intervenção traz para a cidade a perspectiva de que o aparelhamento do 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), com o retorno do RAS (Regime Adicional de Serviço) e a aquisição de novas viaturas, ajudarão a conter a onda de assassinatos que surge mediante a disputa intensa entre facções pelo domínio do tráfico de drogas em comunidades.
É fato que o comando do 32º BPM precisa de prontas-respostas para demonstrar, para a criminalidade, que a força bélica é uma forma de intimidação, e de se ganhar respeito e crédito com a sociedade. Porém, apenas isso não é a garantia de vitória nesta guerra.
O poder público local, com a capacidade de gerar um orçamento de mais de R$ 2 bilhões, também pode contribuir com a Segurança, não apenas da ótica da repressão.
Ao discutir, de forma direta e ampla, as novas atribuições da Guarda Municipal, o governo daria uma resposta contundente ao comando da intervenção federal, que já apontou a necessidade de parcerias para avançar no enfrentamento aos índices da violência.
A visita do secretário de Segurança Pública da intervenção federal a Macaé ontem (22) não marcará a reviravolta dos índices de criminalidade da sociedade, mas garante que o interior não está descoberto diante do poderio cada vez mais intenso das facções que tentam dominar o cotidiano da Capital Nacional do Petróleo.