Condenado a um estado perpétuo de recessão, o governo do Estado do Rio de Janeiro completou na quinta-feira (29) 20 anos de prisão a um sistema político arcaico, provinciano e que ainda foi capaz de ser mantido, mesmo com os olhos da Justiça voltados para todos os passos.
De Garotinho a Rosinha, de Sérgio Cabral a Pezão, o final derradeiro de administrações complicadas e turbulentas à frente de um dos estados mais importantes do país, representa o quanto ainda será difícil se reerguer das cinzas.
Além de abrir precedente jurídico para prender qualquer gestor público em pleno mandato, a nova investida da Operação Lava Jato sobre os esquemas de corrupção que afundam o Rio de Janeiro, demonstrou que, apesar da crença das urnas, ainda será difícil virar a página no país.
Em se tratando de um governador em plenas funções de mandato, a prisão de Pezão representa que, ao menos, a impunidade não mais prevalece sobre os poderosos. E neste contexto, é preciso levar em consideração que faltava apenas um mês para o governador encerrar o seu complicado e triste mandato.
No país, em meio a sensação de dicotomia, o desfecho de mais um triste cenário no Rio de Janeiro é a sombra do quanto a população fluminense ainda terá que enfrentar para viver verdadeiramente dias melhores.
E não pensa que, apesar do início de uma nova gestão em janeiro, tudo será resolvido. Mesmo com a força das urnas, a presença mais incisiva da Justiça sobre a administração pública, há de se esperar que não apenas um mandato, mas sim décadas, sejam necessárias para amenizar os efeitos do “câncer” da corrupção.
Para quem acreditar que a prisão de políticos é o ponto final para a corrupção, é pensar em enredo de filme. Há um mundo sombrio por detrás dessas ações que envolvem ramificações muito bem estruturadas, e preparadas para assumir um novo posicionamento quando toda a poeira baixar.
E mesmo com todos os diagnósticos negativos, ainda é preciso ter esperanças de que um novo dia irá surgir para Macaé, por mais que haja um campo muito difícil para ser superado.