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UFRJ: 100 anos de história e ciência

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A UFRJ é considerada a segunda melhor universidade do Brasil e a terceira melhor universidade da América Latina - Divulgação

O centenário da maior universidade federal do Brasil acontece nesta segunda-feira, dia 7 de setembro, cumprindo uma programação comemorativa especial

A maior universidade federal do Brasil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) completa 100 anos de atividades nesta segunda-feira, dia 7 de setembro. A importante data será celebrada com uma programação virtual muito especial, através do canal do Youtube do Forum de Cultura e Ciência da UFRJ.

No dia do aniversário (7), a comemoração será aberta às 17h com apresentação da Orquestra Sinfônica da UFRJ. A cerimônia de celebração com a Reitoria e convidados, às 18h; e encerrando com o lançamento do documentário ‘Centenária: a Unidade do Brasil entre Duas Pandemias’.

A UFRJ é considerada a segunda melhor universidade do Brasil, segundo dados do Center for World University Rankings (CWUR) 2019-2020; a terceira melhor universidade da América Latina, segundo dados do Webometrics Ranking of World Universities 2019; e cinco áreas de estudo estão entre as 100 melhores do mundo, segundo dados do QS World University Rankings by Subject 2019: Antropologia, Arqueologia, Arquitetura/Ambiente Construído, Estudos de Desenvolvimento e Línguas Modernas.

A programação comemorativa vai prosseguir na terça-feira, dia 8 de setembro, com as seguintes atividades: Abertura às 9h40; Museu Nacional Vive às 10h; Intervenções Artísticas às 11h20; Refência em Inovação Tecnologia no Brasil às 11h30; Ciência e Saúde: Rumo aos 300 anos às 12h10; Intervenções Artísticas às 12h50; Cem coisas que cocê não sabia sobre o Campus Duque de Caxias às 13h; A Universidade vai para o interior: a história da UFRJ em Macaé, às 13h40; Intervenções Artísticas, às 14h20; Direitos Humanos: Ontem, Hoje e Sempre, às 14h30; Uma História de Luta e muitas mãos na construção dos 100 anos da UFRJ às 15h10; Homenagens a secvidores, às 15h50; Integrando academia e sociedade, às 16h; Rio de Janeiro da Primeira República: Traços de Heitor de Mello e literatura às 16h40; Intervenções Artísticas, às 17h20; Debate: A Universidade do futuro: A ciência e o mundo pós-pandemia, às 17h30; Homenagem: ciência e cultura para mudar o Brasil – entrega do título Honoris Causa a Noca da Portela e Nísia Trindade, e participação de Martinho da Vila, às 19h30.

A Universidade do Brasil, criada em 7 de setembro de 1920 pelo presidente Epitácio Pessoa sob a alcunha “Universidade do Rio de Janeiro”, reunia três escolas de formação superior: a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, a Faculdade Nacional de Medicina e a Faculdade Nacional de Direito. A essas unidades iniciais somaram-se em seguida a Escola Nacional de Belas Artes e a Faculdade Nacional de Filosofia.

“Foram necessárias algumas décadas, contudo, até que a Universidade se consolidasse como instituição de pesquisa. Além da excelência na formação superior, conquistou uma posição central para o desenvolvimento econômico e social do país, a partir do tripé ensino, pesquisa e extensão. Nos últimos anos, a UFRJ cresceu em diversos sentidos. Tornou-se mais diversa, voltada para a sociedade e mais rica em pesquisa. O centenário é uma oportunidade única para recuperarmos a memória da Universidade, fazermos um balanço dos desafios do presente e projetarmos o papel que queremos ter no futuro. A UFRJ, maior universidade federal do país, continua e continuará exercendo seu importante papel na educação e no desenvolvimento do Brasil”, texto que ilustra a página comemorativa aos 100 anos da instituição.

O Campus Macaé da UFRJ compõem a brilhante história da UFRJ, no capítulo do processo de interiorização da instituição – Divulgação

100 anos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dos acampados nas lagoas de Macaé ao enfrentamento da Pandemia

Rodrigo Nunes da Fonseca (Diretor do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, Membro Afiliado da Academia Brasileira de Ciências e Cidadão Macaense)

No dia de 07 de setembro a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) completa 100 anos de sua criação oficial (https://100anos.ufrj.br/). A UFRJ, também denominada Universidade do Brasil foi criada pela fusão de várias de suas Unidades Acadêmicas como a Faculdade de Medicina (1808) e a Escola de Engenharia no Rio de Janeiro (1810) tendo, portanto, sua origem ligada à vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil e portanto, com mais de 200 anos de existência. Muitas instituições da época do Império foram incorporadas à UFRJ em 1937 como o Imperial Conservatório de Música, fundado em 13 de agosto de 1848 e o Museu Nacional.

As transformações da UFRJ e de seus brilhantes mestres, servidores técnico-administrativos e notáveis alunos e ex-alunos estão largamente ligadas à modernização do nosso país, como a criação da Academia Brasileira de Ciências (1922), de grandes obras de engenharia como a Ponte Rio Niterói, do desenvolvimento da tecnologia da exploração do petróleo no pré-sal, na criação e planejamento de Brasília por Oscar Niemeyer e Lucio Costa, nos enredos das Escolas de Samba na Sapucaí, entre outros progressos fundamentais para a história, progresso científico e tecnológico do nosso país.

Um passo importante na história da UFRJ data dos remotos tempos de 1983, quando um grupo de professores, técnico-administrativos e alunos da UFRJ iniciava pesquisas pioneiras nas lagoas da Região dos Lagos. Os estudos de caracterização de ecossistemas costeiros demonstraram a alta relevância da preservação destas lagoas para as cidades litorâneas de nosso Estado, cuja atividade turística responde hoje por boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) destes municípios, conhecidos por suas extensas belezas naturais. A partir destes estudos que levaram ao reconhecimento da sociedade da necessidade de conservação destes ecossistemas, em 1998 foi criado o maior Parque de Restinga no solo brasileiro, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Em 2006, o sonho daqueles acampados foi reconhecido pela UFRJ com a Institucionalização do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé, o NUPEM/UFRJ, um dos poucos Institutos de ensino, pesquisa e extensão universitária do país que tem o nome e orgulho na cidade que o abriga, Macaé.

A institucionalização do NUPEM/UFRJ em 2006 e a formação dos primeiros biólogos fora da cidade do Rio de Janeiro, a partir da dedicação destes pioneiros pesquisadores liderados pelo Prof. Francisco Esteves, cativou o saudoso Magnífico Reitor da UFRJ Prof. Aloisio Teixeira e vários outros diretores de Institutos da UFRJ-Rio de Janeiro à aderirem ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Em um trabalho árduo e em conjunto destes diretores e professores pioneiros, formou-se o hoje chamado Campus da UFRJ em Macaé com múltiplos cursos de graduação e pós-graduação.
Mais recentemente, dentro da brilhante história da UFRJ, o capítulo do processo de interiorização da UFRJ ganha mais um episódio importante no enfrentamento da atual pandemia da COVID-19. Pesquisadores, alunos e técnico-administrativos do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade-NUPEM-UFRJ e do Instituto de Biologia/UFRJ tem atuado junto com diversos atores da sociedade de Macaé como a Prefeitura Municipal de Macaé, o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, os médicos do trabalho, representantes de hospitais públicos, filantrópicos e privados da região, num importante projeto de aumento da testagem e na pesquisa da COVID-19 em Macaé (http://www.macae.ufrj.br/nupem/index.php/novidades/1243-saiba-mais). A partir de doações da sociedade civil e de empresas da região, Macaé é uma das cidades do Estado que mais realiza testes moleculares no Estado e que consegue gerar dados científicos essenciais para o controle da pandemia no Município, deixando um legado para o muncípio. Diversas outras iniciativas no combate a pandemia de membros do corpo social da UFRJ-Macaé podem ser acompanhadas no site (https://gtcovid19.macae.ufrj.br/) e nos sites institucionais do NUPEM e do Campus UFRJ-Macaé.
São em momentos de dificuldade e de necessidade como a pandemia atual que a UFRJ demonstra sua força como Instituição em que “se ensina porque se pesquisa”, a emblemática frase do Dr. Carlos Chagas Filho, sem esquecer de uma de suas principais missões: de buscar a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição (Estatuto da UFRJ Art 6, XII).

Que venham mais 100 anos de sucesso, conquistas e histórias.

Rodrigo Nunes da Fonseca é Diretor do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, Membro Afiliado da Academia Brasileira de Ciências e Cidadão Macaense.


O Biólogo Rodrigo Nunes da Fonseca, Diretor do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem-UFRJ)

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