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Revista denuncia “rachadinha” de R$ 2 milhões de Alcolumbre

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Seis ex-funcionárias revelaram esquema dentro da gabinete do senador

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi alvo de uma denúncia de seis ex-funcionárias que acusaram o parlamentar de praticar a chamada “rachadinha” em seu gabinete. Em reportagem da revista Veja, divulgada nesta sexta-feira (29), seis mulheres afirmam que foram empregadas no gabinete do senador durante muito tempo, mas nunca receberam o devido salário.

A Veja aponta que Marina, Lilian, Erica, Larissa, Jessyca e Adriana, mulheres pobres da periferia do Distrito Federal, foram contratadas por pessoas de confiança de Alcolumbre. Elas eram orientadas a abrir uma conta no banco e, em seguida, entregar o cartão e a senha a um intermediário. Os salários, em folha, variavam de R$ 4 a R$ 14 mil, mas elas recebiam apenas uma fração do montante.

“O senador me disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’. Estava desempregada. Meu salário era mais de R$ 14 mil, mas topei receber apenas R$ 1.350. A única orientação era para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado”, denunciou a diarista Marina Ramos Brito dos Santos, de 33 anos.

Segundo a reportagem, o esquema de Alcolumbre perdurou entre janeiro de 2016 e março deste ano. Calcula-se que a fraude tenha gerado um rombo de pelo menos R$ 2 milhões aos cofres públicos.

Uma outra ex-funcionária revelou ainda que, além do salário, o gabinete do senador se apropriava das verbas rescisórias e até de benefícios previstos em lei, como a gratificação de Natal.

“Meu salário era acima dos R$ 14 mil reais, mas eu só recebia R$ 900. Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje tenho vergonha disso”, disse a estudante Erica Almeida Castro, de 31 anos.

ALCOLUMBRE NEGA
Procurado pela reportagem, o senador Davi Alcolumbre negou as acusações e disse que está concentrado nos trabalhos legislativos. Ainda segundo ele, as atividades de cunho administrativo eram de responsabilidade de seu então chefe de gabinete, Paulo Boudens.

Alcolumbre também afirmou que não se recorda das mulheres citadas na reportagem e que ninguém de seu gabinete estava autorizado a reter os salários delas.

Boudens foi exonerado em 2020 e não se manifestou sobre as denúncias.

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