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Focinhos solidários têm ajudado no tratamento de crianças por meio de cães-terapeutas

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Projeto acompanhará crianças assistidas por cães e psicólogas em Centro Espírita, em Salvador

 

Patinhas e lambidas que mudam vidas. Algo interessante vem sendo compartilhado por pais, filhos, pedagogos, psicólogos e cães. Isso mesmo: cães. O projeto “Focinhos Solidários” tem usado a sabedoria e sensibilidade de cães-terapeutas com objetivo de proporcionar um acompanhamento psicológico mais descontraído para crianças que não estão avançando no tratamento em consultórios convencionais.

Os cachorrinhos Angus e Mafalda fazem passaram a fazer parte do time de quatro psicólogas e uma pedagoga da equipe do centro espírita Cidade da Luz, no bairro de Pituaçu, em Salvador. Os animais funcionam como facilitadores ao tratamento, é o que explica a pedagoga Eliana Menezes, coordenadora do Centro de Cultura e Arte da instituição. “Presenciei algo fantástico com duas crianças que não conseguiam se afastar da mãe. Essas crianças, além de conseguirem entrar na sala e ficar junto ao grupo durante toda a terapia, sorriram e se descontraíram.  Isso é sinal de uma boa interação e um dado que tem um significado muito grande para o projeto”, explica a pedagoga.

Ao total são 12 crianças, na faixa etária dos 7 aos 12 anos, atendidas pela instituição através da Terapia Assistida com Animais (TAA), modalidade em que o cão é inserido no processo de intervenção terapêutica, atendendo a um objetivo específico de tratamento, que nesse caso será conduzido por uma equipe de psicólogos do Grupo GNAP.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Psicologia do Grupo GNAP, Tatiane Seixas, o objetivo é levar a cão-terapia para instituições que não têm como arcar com os custos desse projeto e envolver as crianças que necessitam deste atendimento social, já que na maioria dos casos existe uma certa dificuldade de contato com o mundo social.

“Os seus principais benefícios da cão-terapia assistida são criar afetividade, promover facilidade na interação e comunicação”, pontua a psicóloga.  A especialista revela que ao total serão promovidos 12 encontros, no período de seis meses. Ao final, os resultados positivos serão compartilhados em um livro, que contará o passo a passo do projeto.

“No Brasil, ainda faltam pesquisas científicas sobre a Terapia Assistida com Animais, mas, em países como Canadá, Espanha e Argentina, os estudos já estão avançados e apresentam resultados satisfatórios. Alguns deles indicam que uma sessão com o cão-terapeuta eleva em até 40% o nível de atenção dos pacientes em tratamento”, destaca Seixas.

A mãe da pequena Mariana, de 10 anos, Michele Vilas Boas, pontua os aspectos positivos que observou já nas primeiras sessões. “A Mariana me contou que gostou muito, que interagiu com Mafalda e que ela correspondia aos comandos. Fez desenho coletivo e ficou muito feliz. E isso vai ajudar muito no seu desenvolvimento, ter um momento só dela, de também interagir com outras crianças, avalia.

Sobre a diferença do tratamento do atendimento convencional para uma intervenção terapêutica com um animal, Michele acredita que a técnica trará resultados. “Para crianças que têm dificuldade de falar das suas emoções, a cão-terapia acaba sendo um instrumento para que essas crianças, sem perceber, consigam se desenvolver a sua fala naturalmente. Afinal, elas ficam encantadas com os cachorros, principalmente as que não têm um animal em casa. E isso acaba facilitando todo o processo de terapia”, pontua.

No lançamento do evento, o encantamento foi compartilhado pelas as crianças e pais.  A participação especial dos animais no projeto foi um elemento surpresa. “Ninguém tinha contado antes, só descobrimos no dia da triagem. Além disso, esses cães já são treinados, fazem trabalhos em outros lugares, o que facilita todo o processo”, fala otimista Michele.

 

Sobre os cães-terapeutas:

Angus é um cão da raça Labrador, tem 4 anos, veio de Porto Alegre (RS) e atua como cão-terapeuta no GNAP desde 2016.

Mafalda é da raça Golden Retriever, tem 4 anos e 8 meses, é natural de de Salvador (BA) e começou no GNAP como cão-terapeuta este ano.

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