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Câmara Municipal trava tarifa zero e atrasa municipalização da água

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Manobra da bancada de governo é reação às mudanças consolidadas pelo prefeito no alto escalão do secretariado

A atitude política de vereadores da base aliada do governo, traçada nos bastidores da sessão ordinária de quarta-feira (17), travou o andamento do projeto de lei do Executivo que propõe a municipalização do serviço de abastecimento de água na cidade, com a garantia de tarifa zero para a população.

O projeto, que tramita em regime de urgência na Casa, era esperado para entrar na pauta do plenário nesta semana. Porém, por duas vezes, a matéria foi excluída da votação por decisões que estão diretamente ligadas a uma série de mudanças realizadas pelo prefeito quinta-feira (18) no quadro do secretariado municipal.

O projeto chegou a entrar em votação na sessão de quarta, que foi iniciada com a presença de 14 vereadores, sendo cinco vereadores de oposição e nove parlamentares da base aliada do governo. Com este quórum, a municipalização da água seria aprovada com facilidade. No entanto, com o decorrer da sessão, cujos trâmites foram invertidos a pedido do vereador, líder da bancada do governo, Julinho do Aeroporto (MDB), a parte de votação das matérias foi deixada para o final da sessão.

Ao colocar o projeto da municipalização da água em discussão, o presidente Dr. Eduardo (PPS) decidiu suspender a sessão, por 20 minutos, para definir o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a matéria. No retorno do debate, o líder, acompanhado de quatro vereadores da bancada governista deixou o plenário, esvaziando assim a sessão que terminou sem votação por falta de quórum.

O posicionamento da bancada tem relação com as exonerações dos ex-secretários de Desenvolvimento Social, Tatiana Pires, do Interior, Ricardo Pereira Moreira, e de Trabalho e Renda, Ana Lúcia Ribeiro da Conceição. Tatiana e Ana Lúcia são apontadas como indicações de Julinho no núcleo de secretários do governo. Já Ricardo Pereira é irmão do vereador Cesinha (PROS).

Por conta da atuação da bancada, o prefeito determinou também o retorno do vereador Guto Garcia (MDB) ao Legislativo, o exonerando do posto de secretário municipal de Educação. As mudanças no secretariado já estavam sendo ventiladas desde a semana passada. E o projeto de lei que municipaliza a água seria o trunfo da Câmara sobre o governo, já que a proposta é de interesse direto do prefeito.

Com o feriadão da Semana Santa e de São Jorge, a votação do projeto de lei ficará para quarta-feira (24).

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