Sucessão

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Entre todas as surpresas, articulações e discursos pré-eleitorais já registrados em Macaé, a única certeza que pode ser consolidada é que todos os agentes políticos, sem exceção, se apresentam como pré-candidatos, não à Alerj e ao Congresso Nacional, mas como sucessores do governo “da mudança”.

Uma tradição que ganha força no momento de oscilação política da cidade, a necessidade de marcar posicionamento entre os possíveis nomes que terão musculatura de substituir uma das mais controversas gestões da história de Macaé, cria um clima de inimizade ainda maior entre os agentes públicos que acreditam ser capazes de substituir o carisma e o potencial de votos do médico que virou prefeito.

No passado, o envolvimento do agente político com a cidade era medido através das suas chances de assumir cadeiras dentro da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Com o crescimento da importância de Macaé no cenário econômico nacional, essa estratégia migrou para o Congresso Nacional, espaço ainda mais complicado de se fazer política.

Agora, a concorrência dessas vagas passa a ser apenas um ensaio para aqueles que almejam ganhar a dianteira em uma disputa que só ocorrerá dentro de dois anos, e que também promete ser uma das mais acirradas da história recente da Capital Nacional do Petróleo.

Porém, apesar do grande número de pré-candidatos, o maior desafio para quem sonha com a sucessão é encarar um jeito peculiar de fazer política da própria gestão municipal.

Quem, da base aliada do prefeito assume a coragem de adiantar o processo de sucessão, corre o risco de sentir o peso da reação ditatorial de um projeto de poder que, por possuir a resposta das urnas, ainda será capaz de ditar o ritmo do próximo processo eleitoral.

E quem não assumir responsabilidade com os acordos que mantêm a atual estratégia de poder instalada na prefeitura, acabará tendo um fim de projeto político bastante precoce.

É preciso que a sociedade esteja atenta a essas movimentações que, de fato, possuem um único resultado concreto: o de tirar as chances de Macaé contar com representações importantes, seja no parlamento Estadual, seja no Congresso Nacional.

1 COMENTÁRIO

  1. Bruno Horta
    Um dos piores editorias que já li em toda a minha vida. Isso não é texto que um jornal apresente como editoral, nem na sessão da cartas dos leitores caberia.