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Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla aborda protagonismo, empoderamento e inclusão social dos excepcionais

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Lucas Ricchezza Magalhaes, de 8 anos, um menino doce, carinhoso e feliz, é autista, e amou brincar com a astronauta da Facilitoy. Personagem que Isabel criou e encanta a criançada levando os brinquedos delivery - Foto: Divulgação Facilitoy

Segundo especialistas a inclusão precisa ser trabalhada desde a primeira infância, por meio de brincadeiras e jogos lúdicos, para que no futuro, a sociabilidade seja melhor desenvolvida

Estamos na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Celebrada entre os dias 21 e 28 de agosto. A semana foi instituída em 1964 com o objetivo de fazer a sociedade enxergar o “normal” antes de enxergar o deficiente.

Com o tema “Protagonismo Empodera e Concretiza a Inclusão Social”, a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla reforça a conscientização na sociedade. Para a fisioterapeuta psicomotricista, Luciana Berto, é através da informação que a população pode extinguir o preconceito e a discriminação.

A mãe e empreendedora do segmento infantil, na Facilitoy, Isabel Tunas, disse que é importante frisar a necessidade que a sociedade, travestida de tantas formas de preconceito e de segregação, tenha um olhar humanizado em relação às pessoas com deficiência ou aos “excepcionais”.

“Todos somos seres humanos únicos, com desafios a serem superados e potenciais a serem desenvolvidos. É meu papel como mãe, empoderar as minhas filhas, independentemente de como elas são, prestando mais atenção em cada ação”, disse Isabel, mãe da Alice (4) e Marina (2).

Para Luciana Berto, as famílias precisam ser escutadas e acolhidas, para que as suas necessidades ganhem voz:

A psicomotricista Luciana Berto, da clínica de desenvolvimento infantil, Espaço Vivere, explicou que, as pessoas com deficiência intelectual são as que mais sofrem discriminação – Foto: Arquivo Pessoal

“Apesar da DI e DM apresentarem características gerais, cada indivíduo é único, se desenvolve de um jeito e vive em um ambiente exposto a experiências de diferentes formas. Logo, o que funciona para um, pode não funcionar para o outro. Precisamos olhar para cada família, para cada pessoa com deficiência e entender o que funciona para ela, qual a sua demanda. E acima de qualquer coisa, acreditar na capacidade que cada indivíduo tem, acreditar no seu potencial, pois, cada indivíduo tem seu potencial, precisamos validar e favorecer esse potencial para que ele possa desenvolver”, explicou a profissional.

 

 

A diferença entre Deficiência Intelectual (DI) e Deficiência Múltipla (DM)

A DI é um transtorno neurológico, que reflete no funcionamento intelectual, com limitações significativas nas áreas de comunicação, relações, estudos, trabalhos e até na segurança e lazer. A DM é a associação de duas ou mais deficiências (Física, Auditiva, Visual, Intelectual) no mesmo indivíduo, que podem gerar atraso no desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa. Então, uma pessoa com DI apresentará alteração nas funções cognitivas, linguagem, habilidades motoras (resolução de problemas e planejamento) e também nas relações sociais. De forma objetiva, verificamos que a pessoa com DI apresenta dificuldades em aprender, entender e realizar atividades que muitas vezes são comuns e simples para outras pessoas. A DI é diagnosticada após 5 anos de idade, quando é possível mensurar a inteligência por meio do teste de QI.

A especialista, Luciana, ressaltou que, dentre as pessoas com deficiências, aquelas com deficiência intelectual são as que mais sofrem com a discriminação. Outras deficiências têm a possibilidade de adaptação de ambientes e materiais pedagógicos, a exemplo do Braile para deficientes visuais, Libras para deficientes auditivos, acessibilidade arquitetônica para deficientes físicos, porém o deficiente intelectual depende da atitude do outro para conseguir interagir.

“A necessidade da conscientização é para conquistar políticas públicas inclusivas, que passam pela mobilização da sociedade. A verdadeira inclusão acontece quando os deficientes se sentem contribuintes na coletividade, de alguma forma e para isso, há de se ter o incentivo no meio de convívio, exercício da autonomia e da cidadania”, enfatizou.

A importância do brincar

A fisioterapeuta também ressaltou que, utilizar a brincadeira é um bom recurso para ajudar no desenvolvimento, independentemente da idade, e se tem deficiência intelectual ou múltipla. Pensar no interesse da criança, do indivíduo e trazer para ele possibilidades de aprendizado através do lúdico, do corpo que vai se movimentar, brincar e trazer informações através de suas explorações e vivências. Ler as pistas desse brincar é fundamental para ajudar na evolução da criança com deficiência.

Sobre brincadeiras, a mamãe Isabel entende, pois, além de ser adepta assídua das recreações e entretenimento com suas filhas, ela também ajuda outras famílias, com seu negócio de aluguel de brinquedos psicopedagógicos.

“Uma dica que sempre dou ao papais e mamães, é observar como seu filho está reagindo nas brincadeiras, se apresenta algum sofrimento ou algum comportamento estranho, como por exemplo: quando ele rabisca com agressividade o papel ou se tem dificuldade de concentração ou de se adaptar a novos ambientes. Esses podem ser alguns sinais que os pais percebem brincando com seus filhos”, disse.

Isabel também alertou sobre a questão dos jogos digitais. Pois, crianças que têm fácil acesso ao uso indiscriminado da tecnologia, sobretudo antes de 2 anos de vida, podem ser associadas a um possível aumento de diversos transtornos, como por exemplo: ansiedade e depressão.

“Sempre ressalto a importância de dar espaço os jogos mais tradicionais e lúdicos, de preferência que estimule a coordenação motora fina e grossa, o tato, a fala, a audição. Precisamos investir, portanto em uma maior atenção, sobretudo na primeira na infância, de 0 a 6 anos, para que a inclusão social seja feita o quanto antes e da melhor forma. E claro, como empreendedora do segmento de aluguéis de brinquedos criativos e educativos, fico muito feliz em poder realizar o um propósito e ajudar tantas famílias no melhor desenvolvimento dos seus filhos”, pontuou Isabel.

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