Carta aberta assinada por coletivo foi registrada em plenário na sessão de ontem
O projeto de lei que propõe a criação do Conselho Municipal de Comunicação gerou reação de profissionais da imprensa local, registrado durante a sessão ordinária de ontem (23) da Câmara de Vereadores.
Ao apontar risco de afronta à democracia e à criação de um mecanismo de censura, o posicionamento coletivo dos profissionais foi lido pelo vereador Robson Oliveira (PSDB), que se posicionou contrário à matéria proposta pelo vereador Marcel Silvano (PT).
“A carta representa o posicionamento de profissionais que se preocupam com a criação de um Conselho com força de calar a imprensa, tentar engessar um trabalho desenvolvido há anos por veículos, de rádio e jornal, no município. Eu também me preocupo com risco de se criar uma ferramenta de censura”, disse Robson.
O projeto chegou a ser colocado em votação na sessão ordinária da última quarta-feira (17), mas acabou sendo retirado a pedido de Robson que buscou maior conhecimento sobre as diretrizes da proposta.
O líder do governo na Casa, Julinho do Aeroporto (MDB), defendeu a criação do Conselho. “O Conselho é uma ferramenta importante. Por que não criar esse mecanismo que pode sim participar de decisões relativas à relação entre o governo e os órgãos do setor. Pode contar com o meu apoio para se criar qualquer ferramenta democrática”, disse Julinho.
O vereador autor da matéria considerou a carta como um ato “bizarro”. “Vou pedir à minha assessoria para imprimir esta carta, em folha A4, bem grande, para que eu possa colocar no canto da minha casa onde eu tomo minha cerveja. Isso vai ficar para a história deste parlamento, por se assemelhar a ata da sessão que cassou o mandato de vereadores desta Casa em 64”, disse Marcel.