O “Memórias Perdidas no Canal”, dirigido pelo documentarista Marcelo Fonseca, será exibido oficialmente durante a COP30, uma das maiores conferências globais sobre meio ambiente e mudanças climáticas. A obra destaca a importância da preservação ambiental, da memória histórica e das políticas públicas de fomento à cultura no interior do país. A exibição ocorrerá neste sábado (15), das 10h às 11h30, no Blue Zone, espaço que abriga as negociações oficiais, a Cúpula de Líderes e os pavilhões nacionais, dentro do estande do Comitê Hidrográfico da Bacia do São Francisco, um dos locais de destaque da conferência.
O documentário foi realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, na esfera municipal de Macaé (RJ), com apoio do Governo Federal e do Ministério da Cultura. Gravado nos municípios de Macaé, Carapebus, Campos dos Goytacazes e Quissamã, o filme percorre o curso do histórico Canal Campos-Macaé, considerado uma das maiores obras de engenharia do período imperial e o segundo maior canal artificial do mundo. Construído para integrar o interior fluminense ao Porto da Imbetiba, o canal foi símbolo do progresso do Brasil Império, mas hoje representa também as desigualdades e os apagamentos de memória que marcam o território.
Em “Memórias Perdidas no Canal”, Marcelo Fonseca conduz o espectador por uma jornada entre águas, histórias e lembranças apagadas. O documentário revela o contraste entre cidades que preservaram seu patrimônio e outras que negligenciaram esse legado, acompanhando o cotidiano de comunidades que vivem às margens do canal, um bem tombado pelo INEPAC, mas que, para muitos, ainda é lembrado apenas como um simples “valão”.
“É muito importante compreender a força das políticas públicas na valorização da cultura. Uma obra produzida no interior, com apoio da Lei Paulo Gustavo, chega hoje à COP30, dialogando em um espaço global. Isso mostra como o investimento público é capaz de gerar conexões potentes e ampliar e patrimônios que estão há anos esquecidas”, afirma Marcelo Fonseca, diretor e roteirista do documentário.
A obra potencializa a vozes de personagens que preservam a história viva da região: Antônio Azevedo da Silva (Jacaré), morador e proprietário do Bar do Jacaré; Seu Zé, morador das Malvinas; Claudia Regina Campos; Sr. Vanderlei Gonçalves de Oliveira; Luiz Carlos, guia turístico; Amaro do Osso, morador de Carapebus; Heitor da Costa Leão, morador das Malvinas; Thayná Fernandes, ativista socioambiental; a Profª Dra. Ana Lúcia Nunes, historiadora; o Prof. Dr. Francisco Esteves, biólogo; o Prof. Dr. Rodrigo Lemes, biólogo; e o Prof. Dr. Mauricio Mussi Molisani, biólogo. Cada depoimento contribui para reconstruir o elo entre o canal, suas águas e as memórias de um território marcado por profundas transformações ambientais e sociais.
A produção conta ainda com Pedro Terra Araruna (direção de fotografia, color grading e mixagem de som), Clara Paladino (1ª assistente de direção), Thiago Nacis (assistente de produção), Tadeu Guimarães (produtor local), Deborah Sena (1ª assistente de câmera e edição), Issacar das N. Laurentino (som direto), Júlia Gordiano (fotografia still), Tainá Alves (designer gráfico), Etcherry Bragança (filmmaker mobile) e Opens Sens (acessibilidade). A Monteiro Assessoria assina a assessoria de imprensa.
“Memórias Perdidas no Canal” é um retrato sensível e necessário sobre as marcas do tempo, a força da memória e a urgência de preservar o que o desenvolvimento insiste em apagar, uma produção fluminense que reafirma o papel da cultura como ferramenta de transformação.