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Prefeituras pagam milhões a “corretores de emendas” para liberar verbas em Brasília

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Prefeituras têm recorrido a ex-assessores de deputados e senadores para facilitar a liberação de recursos. Consultorias formadas por esses ex-funcionários já movimentaram mais de R$ 17,5 milhões desde 2019, intermediando verbas para 210 municípios. Empresas como a Zanotelli e Borges Ltda., cujos sócios são assessores de parlamentares, ganharam destaque nesse mercado de “captação de recursos”.

O caso de Lagoa Bonita do Sul (RS) ilustra essa prática: a cidade contratou a empresa Zanotelli, administrada por assessores do senador Heinze, e, pouco depois, recebeu R$ 250 mil em emendas sem restrições específicas. Heinze afirma não ter conhecimento da atuação dos assessores, mas pediu que eles se afastem da empresa ou serão demitidos. Desde 2019, as prefeituras que fecharam contratos com a empresa receberam R$ 6,6 milhões em emendas do senador.

Outros parlamentares, como Covatti Filho, também enviaram verbas a municípios que contrataram consultorias geridas por seus ex-assessores. O deputado argumenta não haver conflito de interesses, mas órgãos como a Câmara dos Deputados e o Senado lembram que é proibido para servidores em exercício gerirem empresas em atividades que possam conflitar com suas funções públicas.

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