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Pacientes oncológicos reclamam de mudanças no transporte

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Prefeitura diz que ponto de encontro é no CIAS, no Visconde de Araújo. Já pacientes cadeirantes ou com dificuldades físicas de locomoção continuam sendo assistidos com o transporte domiciliar

Segundo eles, motoristas não iriam mais buscar em casa. Prefeitura diz que medida não é para todos

 

Enquanto os casos de câncer só aumentam a cada ano, os investimentos no atendimento oncológico em Macaé caminham na contramão. Não é de hoje que o jornal O DEBATE vem denunciando as dificuldades que os pacientes da rede pública enfrentam para ter um tratamento digno na Capital do Petróleo. A falta de interesse do poder público tem aumentado o sofrimento dessas pessoas. Essa semana, mais uma denúncia chegou até a nossa equipe de reportagem. Novamente o transporte de pacientes voltou a ser alvo de reclamações por parte da população.

Pacientes que dependem do serviço para ter atendimento em outros municípios, como Campos dos Goytacazes e Rio de Janeiro, relatam preocupação com o que está ocorrendo. Uma paciente, que pede sigilo do nome, diz que teria sido informada que, a partir dessa semana, os carros não iriam mais buscar em casa, ou seja, a pessoa teria que ir até o setor de transportes da prefeitura para poder seguir, posteriormente, até o seu destino.

“Soube pelo motorista que o prefeito teria entrado com uma petição no Setor de Transportes dando ordem que nenhum carro irá pegar mais o paciente em casa. Quem quiser o serviço terá que ir até o local. Não me informaram nada lá, mas tinha uma notificação. Eu quero saber se isso é para todos ou se pacientes com câncer tem o direito de contar com o serviço em sua residência. Porque seria um absurdo. Uma pessoa que faz quimioterapia não tem condição de andar de ônibus. A maioria não tem carro, que é o meu caso. Não posso andar de ônibus por eu estar debilitada e não tenho dinheiro para pagar táxi ou Uber”, conta.

Ela acredita que se a medida for de fato adotada, muitos pacientes poderão interromper o tratamento. “Essa é uma guerra travada. Temos que lutar pelos nossos direitos e não ficar com medo. É algo muito sério. Como essas pessoas vão ficar sem poder sair de casa? É um desrespeito com o ser humano. Eles acham que todo mundo tem carro que nem eles. Muitos pacientes estão morrendo por conta dessa doença e eles até hoje não fizeram nada. Pelo contrário, só tem massacrado o povo. O poder público só olha pelo o dele e não quer saber da gente. Não estão nem aí, essa é a verdade. Tenho que brigar porque estou sofrendo”, completa.

Procurada pela nossa equipe de reportagem, a prefeitura informou que o setor de transporte, da secretaria de Saúde, é responsável por uma média de atendimento de 80 a 100 pacientes por dia. A mudança, tendo como ponto de encontro para saída o Centro Integrado de Administração da Saúde (CIAS), busca otimizar a prestação do serviço, evitando atrasos e desencontros de pacientes, já que a busca de casa em casa prejudicava toda a logística de atendimento. No entanto, ela destaca que pacientes cadeirantes ou com dificuldades físicas de locomoção continuam sendo assistidos com o transporte domiciliar.

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