Na reta final da campanha eleitoral para o primeiro turno, os presidenciáveis perdem o tom do discurso democrático, focam em objetivos vazios e poucos conclusivos para os anseios da sociedade, e elevam o discurso de ódio, mesmo após todos os episódios que marcam um dos mais tristes pleitos da história do Brasil.
Por conta da baixa qualidade dos embates superficiais que ocorrem nas redes sociais, a medição sobre a real sensibilidade do eleitorado cabe a pequenas porções de frases de efeito, melodramáticas, que imputam ao cidadão a responsabilidade de escolher, entre 13 nomes, o “menos pior”.
Na atual conjuntura da república brasileira, o resultado de um processo eleitoral dúbio mancha a imagem do país perante a opinião pública internacional, especialmente no período em que o Brasil requer melhor aceitação do capital estrangeiro, focado no potencial geológico provocado pelas reservas do pré-sal e do pós-sal.
Diante da opinião internacional de economistas, especialistas no mercado do petróleo, e de instituições que defendem o equilíbrio da economia mundial, é nocivo para o Brasil entrar em uma escuridão política, ao encarar o desafio de sustentar projetos de poder movidos pelo ódio, pelo tom bélico ou por atitudes extremistas.
Mesmo com exemplos claros de falência de sistemas políticos, como na Argentina e na Venezuela, o Brasil acredita seguir o sistema americano, onde Donaldo Trump venceu uma acirrada disputa eleitoral, sem conseguir a unanimidade no Congresso para conseguir pôr em prática todas as suas medidas “de grande impacto”.
No entanto, falta muito para que a nação brasileira consiga encontrar o amadurecimento necessário para garantir a independência entre a gestão pública e a iniciativa privada, respeitando as regras e encarando as diferenças, permitindo que o desenvolvimento seja encontrado a partir da união de forças de todas as vertentes.
E mesmo faltando menos de duas semanas para o resultado das urnas, ainda há esperança para que o ódio seja substituído por algo construtivo, mesmo que para isso a nação redefina os rumos da democracia, rejeitando a prática antiga de se definir uma eleição.