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Obras de infraestrutura em ritmo lento no Jardim Esperança

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Com previsão de conclusão para julho deste ano, moradores temem que novo prazo não será cumprido

Melhorias em ritmo lento. Assim tem sido o andamento das obras de infraestrutura e urbanização no Jardim Esperança. Sem expectativa de quando tudo será concluído, os moradores procuraram a equipe de Bairros em Debate essa semana novamente para relatar os transtornos que continuam enfrentando por conta disso.

Enquanto os trabalhos seguem longe de serem finalizados, a população continua sofrendo com os alagamentos, a lama e o esgoto a céu aberto. Segundo eles, é normal que obras gerem impactos na rotina do bairro, contudo, a demora tem tirado os moradores do sério, que cobram maior agilidade nos serviços e fiscalização por parte do poder público.

O descaso, segundo eles, tem sido tanto que, com o intuito de chamar atenção das autoridades, no final do ano passado foram feitas duas manifestações. “Na época fizeram algumas medidas emergenciais para ajudar a melhorar a acessibilidade dos moradores, mas ficou só nisso, não deram continuidade. Continuamos enfrentando a lama para entrar e sair de casa, principalmente quando chove, como vocês podem ver no momento”, diz uma moradora que pede sigilo do nome.

O morador da Rua Seis, Sr. João, que vive na localidade há 20 anos, diz que a situação tem estado cada dia mais difícil. “Tem alguns erros no projeto que estão causando problemas. A rede não está ligada, ou seja, quando chove a água da chuva entra aqui em casa e ainda retorna o esgoto. Estamos em estado crítico. Há cerca de 10 dias procurei o encarregado da obra para explicar a situação e pedir amparo e ele foi extremamente grosso comigo. É um desrespeito comigo, que sou uma pessoa de idade. Não pode chegar e ameaçar o morador. Eles estão prestando serviço para gente. Até hoje estamos esperando alguém vir para nos ajudar”, denuncia. “Essas obras depois que começaram só pioraram o bairro. Eles não têm um cronograma. Fazem o serviço em uma rua, não terminam, deixam tudo largado e começam em outra. Isso está causando um maior caos aqui dentro. Só quem mora sabe das dificuldades”, completa.

Em dezembro, a prefeitura disse que os trabalhos de urbanização do bairro têm prazo estimado para conclusão em julho, ou seja, restam menos de dois meses para que tudo seja finalizado. Na época, as obras de drenagem estavam 90% concluídas. No entanto, as concessionárias Cedae e Enel ainda não tinham finalizado as obras de ligações das trocas de rede de água e deslocamento dos postes.

Após finalização da obra de drenagem e liberação das concessionárias, seria iniciado o serviço de asfaltamento, que estava previsto para março, o que ainda não aconteceu, fato que pode atrasar ainda mais a conclusão das obras. Ela ressaltou que os períodos de chuva poderiam fazer com que esse prazo fosse alterado.

Moradores cobram a construção de área de lazer no bairro

Comunidade precisa se deslocar para ter acesso a serviços

Se em alguns lugares os serviços de infraestrutura deixam a desejar, no Jardim Esperança eles nem existem. O bairro não conta com creches, escolas e nem com posto de saúde. Toda vez que a população precisa desses serviços, é obrigada a se deslocar para bairros próximos.

Área de lazer também é outra coisa que não existe na comunidade. Sem nenhuma praça, as crianças e jovens do bairro contavam, até algum tempo atrás, apenas com um campo de terra, construído pela comunidade em um terreno particular cedido pelo proprietário.
E mesmo estando a poucos metros do bairro vizinho, os pais têm receio de deixar os filhos irem até lá, principalmente sozinhos. “Aqui tem muitas crianças e adolescentes, mas eles não contam com espaço para brincar nas horas de lazer. Para ir até o Parque Aeroporto a gente fica com receio de deixar irem sozinhos. Só a travessia para o bairro na Avenida Hildebrando Alves Barbosa já é um perigo, já que não tem semáforo. O nosso sonho seria uma praça, mas vejo que isso será praticamente impossível pois nossos governantes não têm interesse nisso, afinal eles não vivem aqui”, desabafa um morador, que não quis se identificar.

No último Bairros em Debate, a prefeitura disse que no contrato da obra não está prevista a construção de praças, unidades de saúde ou escola.

Esgoto corre a céu aberto há anos na via principal do Jardim Esperança

Esgoto a céu aberto

Liderando a lista de reclamações, o saneamento é uma das maiores carências no bairro. Isso é um grave problema, pois o esgoto bruto correndo a céu aberto, na porta das casas, serve de criadouro para insetos e ratos.

Os moradores relatam que, quando chove, a situação fica ainda pior, pois a rua alaga e o esgoto se mistura com a água. Além do mau cheiro, isso acaba sendo um foco para doenças e problemas de zoonoses.

Um dos principais benefícios do investimento em esgotamento sanitário é o fim das valas negras que ainda existem em alguns locais, representando uma grave ameaça à saúde das pessoas que moram perto delas.

“Esse esgoto a céu aberto na principal é problema antigo, antes mesmo das obras. Quando chove ele transborda e mistura com a água. O sofrimento é maior para quem vive em frente a vala, pois o mau cheiro é insuportável em dias quentes”, diz a moradora.

Moradores solicitam a visita de equipes do CCZ

Moradores cobram visita do CCZ

Um dos serviços que segue em falta com a comunidade é o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). De acordo com os moradores, é raro receber uma visita do órgão no bairro. O mesmo tipo de reclamação foi feito durante a última visita em dezembro do ano passado.

“Antes eles vinham direto, mas de uns meses para cá pararam. Como não estão colocando mais os remédios, tem dado muito rato, barata e mosquito aqui nas casas. Gostaria de pedir, se possível, a presença dos agentes aqui no Jardim Esperança”, solicita João.

O que diz a prefeitura

Procurada, a secretaria de Obras informou que os trabalhos estão em fase final. Os serviços envolvendo drenagem e esgoto já estão prontos, faltando apenas a elevatória e a pavimentação, que está em andamento. As obras serão concluídas em julho de 2018. Ela enfatizou que a fiscalização faz a rotina semanal de visitas à obra.

Já o Centro de Controle de Zoonoses(CCZ) informou que, em até 15 dias, vai até a região para realizar um mutirão para o controle do mosquito Aedes aegypti e roedores. Para solicitações de visitas ou dúvidas, o cidadão pode entrar em contato com o CCZ, pelo telefone: 0800-0226461 ou pelo email: cczmacae@yahoo.com.br.

Equipes da secretaria de Infraestrutura também estarão atuando no local na próxima semana.

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