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Mês da Consciência Negra: Ocyan atinge meta de 30% de negros em posições de liderança

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Programas internos, recrutamento “às cegas” e envolvimento da alta direção ajudam a empresa a cumprir metas assumidas com o Pacto Global da ONU

A Ocyan comemora o alcance de uma meta desejada por muitas empresas do setor onde atua, o de óleo & gás: 30% das suas posições de lideranças já são ocupadas por negros. A companhia antecipou em três anos o compromisso público assumido junto ao Pacto Global da ONU, que previa chegar a esse patamar em 2025.

Uma série de ações estão sendo feitas para acelerar a busca por igualdade racial dentro da Ocyan. Há dois anos, a empresa criou o Grupo de Afinidade de Raça e Etnia e, a partir dele, implementou o processo de seleção de trainees e estagiários às cegas (quando alguns dados dos candidatos, como faculdade, bairro onde mora, idade, entre outros, não são informados e as entrevistas ocorrem virtualmente com câmeras desligadas) e criou um programa para acelerar a progressão funcional com 43 integrantes em posições próximas a cargo de liderança. Todas as ações são acompanhadas pela direção da companhia, o que confere celeridade ao processo.

“Esse é o primeiro resultado visível de quatro anos de muito trabalho, mudança de cultura e quebra de paradigmas. Nós comemoramos o sucesso desse caminho, mas ele não nos coloca em uma zona de conforto. Nós queremos uma empresa cada vez mais diversa porque isso traz bem-estar para todos, amplia a inovação e nos coloca em uma posição de busca por uma sociedade mais igualitária, alinhada aos compromissos ESG”, comemora Bruna Fonseca, Gerente de Pessoas da Ocyan.

A Ocyan conta hoje com mais de 4mil colaboradores, sendo que 58% deles são pretos ou pardos. A ampliação das atividades da empresa nesse ano, quando foram contratados cerca de 1.900 novos funcionários, ajudou a aumentar a participação deste público – eles são 71% dos recém-admitidos.

Já a aceleração da preparação dos novos líderes com programa de desenvolvimento individuais está nas metas do CEO da empresa, Roberto Bischoff, e conta com mentores como Renato Costa, engenheiro químico e diretor da Unidade de Perfuração, que reúne as cinco sondas da Ocyan.

“Quando eu já trabalhava na Bahia, havia um menino que lavava meu carro. Anos depois encontrei esse mesmo menino em Macaé (RJ), onde está uma das bases da Ocyan, e ele havia se tornado engenheiro. Ele me disse que decidiu estudar quando viu que um negro como eu poderia ter um carro bacana, uma carreira de sucesso. Essa é a importância de criar referências. Representatividade e oportunidades são fundamentais e é isso que buscamos mostrar aqui”, conta Costa, que está há oito anos na Ocyan e teve uma carreira como docente na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A Ocyan também tem uma mulher negra como membro independente no Conselho de administração, a engenheira Cristina Pinho. Ela é uma das precursoras da presença feminina negra em postos de liderança do setor de óleo & gás. Cristina é inspiração para novas líderes negras que estão sendo formadas pela Ocyan no programa de assessment, como Mariana Caldas, auditora interna, formada em administração e Ciências Contábeis.

“Para mim, o programa de Diversidade foi um grande divisor de águas. As ações que tivemos ao longo dos anos, ampliaram o meu conhecimento. Ter um grupo de afinidade focado em raça e etnia faz com que temas sensíveis para a minoria, possam ser discutidos com a liderança e trabalhados de maneira corporativa, além de provocar em nós o trabalho contínuo de nossos vieses conscientes e inconscientes”, ela ainda completou “Fazer com que integrantes de raça não branca se sintam acolhidos e valorizados na empresa e tenham oportunidades de alcançar cargos de liderança (coordenação, gerência e diretoria) é muito importante e motivador”, comemora Mariana.

Recrutamento “às cegas”

Aplicado na Ocyan desde 2021 para trainees e estagiários, o modelo consiste em realizar a entrevista virtual com a câmera fechada focando nas competências do candidato e não em informações pessoas como local onde mora, idade e quantidade de filhos, por exemplo. “Não interessa se o candidato é casado, solteiro, mora em Ipanema ou Bangu. Estamos orientando nossos líderes a focar na competência dele para ocupar aquela posição. Isso é uma mudança de cultura muito grande, tanto para os entrevistadores quanto para os entrevistados”, explica Bruna.

Envolvimento da alta liderança
Além das ações internas, a Ocyan assumiu compromissos com o Pacto Global, ligado a ONU, em que constam metas de resultados atreladas à alta liderança da empresa. Um desses compromissos é o Movimento Equidade Étnico-Racial, cuja meta é ter 30% de pessoas negras, indígenas, quilombolas e demais grupos étnicos minoritários em posições de liderança até 2025.

“É importante lembrar que não são apenas números, estamos falando de pessoas. Para atingir essas metas, precisamos revisar processos existentes, focando na segurança psicológica, integração e bem-estar. A entrega não pode ser só técnica”, completa Nir Lander, Vice-presidente de Pessoas e Gestão da Ocyan.

A empresa tem ainda outros três grupos de afinidade: Gênero, LGBTQIA+ e Pessoas com Deficiência. Os grupos contam com embaixadores e mentores, que são altos executivos da Ocyan. As discussões incluem rodas de conversa com convidados sobre os desafios da carreira e a sensibilização da liderança.