Moradores voltam a cobrar pavimentação e manutenção de vias, além de reforma na área de lazer
O tempo passa, mas as melhorias que são boas, nada. Esse é o relato da maioria das pessoas que vivem na Virgem Santa quando são questionadas sobre a situação do local que, ao longo dos últimos anos, viu a sua população triplicar com a chegada de novos empreendimentos habitacionais.
Situada na área rural, o bairro é um dos mais antigos da cidade, com quase 60 anos de existência. No entanto, a população relata que, ao longo de seis décadas, pouca coisa foi feita. A falta de infraestrutura tem sido motivo de muitas reclamações.
Diante disso, essa semana a equipe de Bairros em Debate voltou ao local, onde conversou com algumas pessoas, que voltam a cobrar do poder público pedidos que vêm sendo feitos ao longo da última década, através das páginas do jornal.
A última visita foi feita há cerca de quatro meses, porém, desde então, pouca coisa mudou. Em meio a sítios e fazendas, a Virgem Santa viu um grande empreendimento habitacional surgir. Junto dele vieram mais de mil famílias. No entanto, quando se trata de infraestrutura, o processo caminha em passos lentos. Devido a facilidade de acesso às principais áreas da cidade, por estar ligada às Linhas Verde, Azul e a poucos minutos da BR-101, essa região tem atraído cada vez mais pessoas.
Acessibilidade precária
Um dos pontos que vem sendo ressaltados, não apenas ao longo dos últimos meses, como há mais de três anos, é a questão do acesso ao bairro. Isso porque as vias estão em situação precária, o que tem deixado quem mora ou passa por ali indignado com o tamanho do descaso do poder público.
Uma dessas vias é a Estrada da Virgem Santa. Desde que foi pavimentada, no início da década, até hoje as únicas melhorias feitas, segundo a população, foi o famoso serviço de “tapa-buraco”. Segundo os moradores, a prefeitura apenas adota medidas paliativas e nunca resolve, de fato, o problema.
Já na rua Rua Amaro do Espírito Santo Bernardo, o pavimento está cedendo, formando grandes obstáculos para os motoristas passarem. “Há uns anos chegaram a fazer uma manutenção aqui, mas não sei informar se foi a prefeitura ou a empresa que tem aqui.
Contudo, o peso dos veículos pesados, somado à falta de manutenção, está causando esses desníveis na via. Aqui passa carreta, ônibus a todo momento. Daqui a pouco os carros pequenos não vão conseguir passar mais. Eu até evito entrar por aqui. É preferível vir por outras alternativas”, diz a moradora Raquel, que vive no conjunto habitacional há dois anos.
Na Rua Leôncio Rodrigues, a situação também é crítica. Apesar da lama, os moradores juram que a via era pavimentada. “Foram abrindo os buracos e ficando cada vez pior. O poder público nada faz por nós aqui”, diz outra moradora, que não quis se identificar.
No final do ano passado, a prefeitura disse que iria enviar uma equipe ao local. Passaram-se quase sete meses e nada. Em fevereiro, quando foi procurada pelo jornal novamente, ela informou apenas que a manutenção das ruas está no planejamento da secretaria Adjunta de Serviços Públicos. No entanto, ela não informou uma possível data para iniciar os serviços no bairro.
Construção de calçadas
Outro pedido é em relação aos pedestres. Segundo os moradores, o bairro não conta com calçadas e, consequentemente, a população é obrigada a se arriscar. Um dos pontos mais críticos fica na Estrada da Virgem Santa, que não conta nem com acostamento.
“Só tem calçada até o final do Total Ville. Depois é preciso andar no canto da pista, dividindo espaço com os veículos, que muitas vezes passam em alta velocidade. É um perigo. As crianças vão andando para a escola, colocando em risco as suas vidas”, diz Raquel.
Há cerca de quatro anos, alguns moradores relataram casos de atropelamento, principalmente próximo a praça da igreja, onde há uma escola da rede pública municipal.
Área de lazer precisa de reforma
A atual situação da área de lazer do bairro está precária. Na praça do bairro é possível visualizar o total abandono em que ela se encontra, necessitando de obras de reformas.
Entretanto, sem receber ações há um bom tempo, o parquinho teve os brinquedos quebrados retirados. A quadra precisa também de atenção. Os alambrados, já enferrujados, também foram retirados há alguns meses depois que o jornal denunciou o seu estado.
Limpeza precisa ser mais eficiente
Há algumas semanas, a nossa equipe flagrou funcionários da prefeitura fazendo o serviço de capina, contudo, pouco tempo depois o mato já toma conta de alguns pontos. Um deles é a praça, que foi contemplada com o serviço na ocasião.
“Se o serviço não for contínuo, vai passar o tempo e o matagal vai tomar conta de novo, ainda mais com as chuvas. Agora sabe-se lá quando vão voltar aqui”, diz um morador.
Aguardando por conclusão de obras
Depois de meses abandonada, as obras da unidade de saúde na Virgem Santa foram retomadas no início desse ano. Segundo informa a prefeitura, o bairro já conta com uma Equipe de Saúde da Família (ESF), no entanto, atualmente funciona em um prédio alugado.
Com a conclusão da nova edificação, além de maior conforto, ela promete contar com mais uma equipe, ampliando o atendimento à população do bairro. Cada grupo do ESF é composto por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde e responsável pelo atendimento de uma média de quatro mil pessoas. Com a expansão, aproximadamente oito mil pessoas serão beneficiadas.
Ela ressalta que a unidade do bairro oferece os serviços de vacina, curativo, coleta de preventivo, atendimento odontológico e de fisioterapia e saúde mental.
A previsão é de que a estrutura fique pronta e seja inaugurada no segundo semestre. “Esperamos que dessa vez a prefeitura cumpra o prometido”, diz o morador João.
A preocupação dele e dos demais moradores tem fundamento. Isso porque, a princípio, o prazo dado para que tudo fosse concluído seria em dezembro do ano passado, o que não aconteceu.
Antes do prazo de dezembro de 2017, a construção, orçada em cerca de R$ 800 mil, deveria ter sido entregue em 2016. A obra está sendo construída na Rua Leôncio Rodrigues, em um terreno público cedido pela prefeitura. A previsão inicial era de que tivesse início no dia 9 de novembro de 2015, sendo concluída em 7 de março de 2016, o que não aconteceu, conforme mostram as denúncias feitas pelo jornal há mais de dois anos.
Ainda na antiga placa informativa que existia no local, posteriormente retirada, a obra seria feita com recursos do Ministério da Saúde em parceria com o governo municipal.
O que diz a prefeitura
Procurada, a prefeitura informou que o trabalho de manutenção é contínuo no município. A secretaria Adjunta de Serviços Públicos informou que enviará equipe para verificar a situação do local em até uma semana. Já a secretaria de Infraestrutura informa que solicitações e reclamações devem ser realizadas pelo telefone (22) 2796-1235.
Quanto a manutenção das vias, a secretaria de Infraestrutura enfatizou que uma equipe já está atuando na estrada Virgem Santa. Na via de acesso ao Quinta da Boa Vista os trabalhos acontecerão em até uma semana.
Em relação a unidade de saúde, o processo para a retomada da obra, que acontece em parceria com o Governo Federal, aguarda as tramitações burocráticas uma vez que a empresa responsável pela obra desistiu do contrato. No momento ela diz que não é possível informar um prazo.