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Lira sente cheiro de fraqueza no governo Lula e vê oportunidades para mais cargos

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Lira pressiona governo a liberar cargos; Lula quer distância

O presidente Lula declarou aos seus aliados nos últimos dias que pretende manter uma certa distância do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Entretanto, Lira está disposto a usar a insatisfação da bancada ruralista no Congresso como instrumento para enviar recados contundentes ao Palácio do Planalto, apontando a falta de articulação na base governista.

A origem dessa nova crise política está diretamente relacionada à indicação de nomes para a Codevasf e para as 12 vice-presidências da Caixa. Até o momento, o governo Lula não concedeu os esperados cargos aos partidos do Centrão, que englobam PP, Republicanos, União Brasil e PSD. O PSD, em particular, está pressionando o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para que a direção da Funasa seja liberada. No entanto, Lula se opõe à indicação do ex-vice-governador do Ceará, Domingos Filho, pai do deputado federal Domingos Neto (PSD-CE).

Na escalada dessa tensão, Arthur Lira já tomou medidas significativas, cancelando as deliberações da Câmara dos Deputados pela primeira vez em uma semana fora do chamado recesso branco. A bancada ruralista, por sua vez, iniciou uma obstrução dos trabalhos no Congresso para pressionar o governo Lula a endossar mudanças no marco temporal de terras indígenas. Se o Planalto não ceder, os aliados de Lira sinalizam com a votação de um projeto de lei no Senado e de uma PEC na Câmara, como um claro recado de que ainda persistem desafios na articulação política entre o governo e a base no Congresso. A fome do Centrão por cargos e influência política parece não ter fim, e o cenário político se mantém instável diante dessas disputas internas.

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