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Falta de rabecão atrasa remoção de corpos

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Apenas um rabecão atende sete municípios vizinhos de Macaé, e ainda não existe previsão para o conserto do veículo

Um veículo para atender sete municípios da região tem causado várias indignações na cidade

 

Revolta. É esse o sentimento dos familiares que ficam à espera do rabecão em Macaé. O veículo quebrado há um mês e que atendia as demandas nos sete municípios, a espera por remoção dos corpos chega a quase 10 horas.

Presenciar a perda de um parente ou amigo de forma violenta é ruim. Pior ainda é ter que esperar, na maioria das vezes, quase a metade do dia para remover o corpo da vítima. Tudo isso porque o 9º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Macaé, conta apenas com um rabecão para atender sete municípios, entre eles, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Macaé, Quissamã, Carapebus e Conceição de Macabu. Há anos o caso vem sendo tema de discussão entre polícia, população e políticos.

Em Macaé, a polêmica voltou a ser questionada principalmente pelos familiares, que se sentem desrespeitados com a demora da remoção do cadáver. Atualmente, a competência é do Corpo de Bombeiros de Macaé que, no entanto, tem apenas um veículo para fazer o recolhimento dos corpos e ainda atende outras cidades.

Somente nas últimas semanas, três famílias denunciaram a situação ao Jornal O DEBATE. Na última segunda-feira (6), a família de dona Alzira Maria dos Anjos, de 71 anos, assassinada dentro de casa em Rio das Ostras, afirmou que a remoção do corpo da idosa foi feita pelo rabecão do município de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.
No início do mês passado, a família de Sônia Ferreira de Jesus, esperou por sete horas a chegada de um rabecão, próximo às margens da linha do trem, na comunidade da Nova Holanda.

Outro caso mais recente foi na última semana, quando um homem foi executado na comunidade da Malvinas. A agonia dos familiares começou às 7h30, quando foi anunciada a morte de um jovem executado a tiros na periferia.

“Após ficarmos sabendo da execução, a Polícia Militar (PM) chegou ao local do crime por volta das 10h30. Duas horas e meia depois, um perito chegou na comunidade e realizou o seu trabalho, onde a Polícia Civil acionou a remoção do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, e que depois a unidade de São Pedro da Aldeia foi comunicada para ir até a Macaé fazer a remoção.

Por telefone, o comandante do 9º GBM, André Siqueira, disse que a remoção de corpos era de competência da Polícia Civil, e que acabou passando para o Corpo de Bombeiros e que a responsabilidade está sob o comando da assessoria de comunicação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A equipe de reportagem do jornal O DEBATE entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, para saber o motivo do veículo quebrado e quando vai estar regularizado, mas até o momento não tivemos nenhuma resposta.

Demora pode atrapalhar perícia

A lentidão na chegada dos peritos não se dá apenas pela carência de profissionais e veículos. Quando ocorre a morte, o Corpo de Bombeiros é o último a ser informado: primeiro, ficam sabendo as polícias militar e civil, que solicitam a perícia. Quando o fato é noticiado, o trabalho dos PMs é preservar a cena do crime até a chegada dos peritos criminais. “Quanto maior a demora, mais difícil é manter a cena do crime intacta, o que atrapalha o nosso trabalho”, disse um dos funcionários do IML, que preferiu não ser identificado.

“Conforme o Código de Processo Penal, o exame deve ser feito pelo menos seis horas após a morte.” Ele confirma que a chegada dos peritos criminais deve ser veloz. “O que precisa ser feito rapidamente é a perícia no local da morte. Fatores externos, como a chuva, podem atrapalhar a conservação das pistas”, diz.

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