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EUA: Tom do Brasil sobre guerra na Ucrânia não é neutro

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Porta-voz da Casa Branca deu declarações nesta terça-feira

Nesta terça-feira (18), o governo dos Estados Unidos se disse “surpreso” com declarações dadas nos últimos dias pelo governo brasileiro, considerando que o tom de responsabilizar EUA e União Europeia (UE) pelo prolongamento da guerra na Ucrânia “não é neutro” em relação a esse conflito.

Esse posicionamento do governo americano foi manifestado pela porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, que citou a entrevista coletiva concedida na última segunda-feira (17), em Brasília, pelo ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o chanceler russo, Sergey Lavrov, que cumpre agenda em alguns países da América Latina.

– Estamos surpresos com o tom do ministro das Relações Exteriores. Este não foi um tom de neutralidade, sugerindo que EUA e UE não estão interessados na paz ou que nós tenhamos responsabilidade pela guerra. Isso está simplesmente errado – disse ela em entrevista coletiva.

A porta-voz lembrou que EUA e UE tentaram dialogar com a Rússia desde meados de 2021, quando começaram sinais de que o país estava preparando uma invasão à Ucrânia, e explicou que os contatos foram mantidos até o início da guerra, em fevereiro de 2022.

No Brasil, Lavrov culpou novamente “o Ocidente e a Otan” pela invasão à Ucrânia, e Vieira criticou as sanções econômicas que EUA, UE e outros países impuseram à Rússia.

Após a entrevista coletiva, Lavrov reuniu-se em particular com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na semana passada, durante visita à China, Lula disse que EUA e UE deveriam parar de “incentivar a guerra” e começar “a falar de paz”. Depois, no Emirados Árabes Unidos, o presidente reforçou o tom, afirmando que ambos “terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”.

EUA e UE responderam então com duras críticas a Lula. A mais contundente veio de John Kirby, porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, que na segunda-feira afirmou que o presidente brasileiro “repete” propaganda russa e chinesa sobre o conflito “como um papagaio”.

Por portal Novo Norte

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