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Em seis meses, Campos e Macaé arrecadaram quase 70% dos royalties de todo o ano passado

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Foto: Divulgação

Segundo levantamento da Firjan, potencial é de chegar ao fim deste ano no mesmo patamar de arrecadação de dezembro 2019, período pré-pandemia

O início do segundo semestre se anuncia confirmando as expectativas de crescimento na arrecadação de royalties de petróleo da Bacia de Campos. É o que aponta um levantamento da Firjan, que mostra Campos e Macaé atingindo juntas, em seis meses, 68,85% do montante arrecadado em 2020 – e 62,68% se comparado a 2019. Os dados são da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que estima uma arrecadação neste ano superior até ao período pré-pandemia.

“O aumento dos royalties chega em ótima hora, num momento em que a vacinação avança e a economia vem sendo retomada. Fatores que se somam para chegarmos em dezembro mais otimistas para os anos seguintes”, destacou o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.

Em Campos, foram arrecadados R$ 200,2 milhões em royalties nos primeiros seis meses deste ano – montante equivalente a 70,72% de todo o ano passado, e 54,92% dos valores de 2019. Já Macaé recebeu R$ 401,4 milhões em royalties no primeiro semestre deste ano – valor correspondente a 67,95% do total de 2020, e 67,42% de 2019.

Além dos municípios avaliados pela federação, diversos foram os beneficiados com a arrecadação de royalties no estado, totalizando 92 municípios conforme levantamento feito junto à ANP para o mês de junho de 2021. Outro grande destaque nos últimos anos foi Niterói. Confrontante com campos de grande produtividade como Tupi, o município recebeu nos primeiros 6 meses de 2021, cerca de R$ 323 milhões em royalties. Já os municípios de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação de Búzios, na Costa do Sol, receberam juntos R$ 284,9 milhões nos primeiros meses do ano. Em todo o estado, o montante já chega a 72,57% do arrecadado em 2019 – ou R$ 3,2 bilhões, com expectativa de passar dos R$ 7 bilhões até o fim deste ano.

Os dados da ANP apontam para um crescimento na produção do país, com a continuidade do protagonismo do Rio. Mas as maiores razões da retomada dos royalties são os volumes de produção, a taxa de câmbio e a recuperação dos preços dos barris de petróleo: depois de ficar abaixo de US$ 20 durante a pandemia, em 25 de junho deste ano chegou a US$ 76,45/barril – patamar acima do período pré-crise.

“É importante destacar que as estimativas da ANP consideram um preço médio de US$ 60 a US$ 62 o barril, um parâmetro mais conservador do que a realidade de hoje, o que indica que o aumento na arrecadação de royalties pode até superar as atuais estimativas. O barril pode superar os US$ 90 até o fim do ano, o que demonstra a recuperação do mercado frente à crise”, explica a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso.

Novo ciclo do petróleo

No horizonte de médio prazo, há ainda a expectativa de que novos campos e o aumento da atividade petrolífera reabasteçam ainda mais os cofres fluminenses. Até 2025, a previsão é de que o estado do Rio arrecade mais de R$ 75 bilhões em participações governamentais (royalties e participações especiais) – sendo R$ 18 bilhões divididos entre Campos, Macaé e Maricá. Só para se ter uma ideia, desde 2000 até o primeiro semestre deste ano, estes municípios receberam R$ 32 bilhões.

As razões para o otimismo são calcadas em novos investimentos que já vêm se confirmando. Segundo levantamento feito pela Gerência de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, cinco multinacionais preveem uma injeção de pelo menos R$ 13,2 bilhões na Bacia de Campos. Isso por conta das medidas de desinvestimento da Petrobras, que resultaram no leilão de 17 campos de petróleo da região.

Somam-se a esses movimentos o Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (Promar), do Ministério de Minas e Energia (MME), que busca criar mecanismos de incentivo para atrair diferentes empresas na exploração dos campos maduros, como é o caso da Bacia de Campos, em sua maioria. Com infraestrutura instalada e reservatórios descobertos, os campos maduros oferecem oportunidade de acesso a volumes remanescentes de óleo e gás com investimentos menores – com potencial, portanto, de reanimar a exploração de petróleo na região.

Acesse a avaliação da Firjan sobre a arrecadação dos royalties no estado do Rio de Janeiro no link https://bit.ly/2T6dfVq