Ministro de Minas e Energia argumenta que recursos são revertidos à população, apesar de o país ter prometido abandonar combustíveis fósseis.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende veementemente a continuidade da exploração de petróleo e gás no Brasil como uma estratégia fundamental para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do país. Em uma entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo, Silveira enfatizou a importância dessa atividade até que o Brasil alcance um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) equiparável ao dos países industrializados.
A fala do ministro aponta que a Petrobras continuará exercendo papel estratégico para a soberania energética brasileira – posição que colide com a do presidente da empresa Jean Paul Prates. Autodenominado “CEO”, Prates ressalta a estatal como uma “companhia de mercado”, qual seja, seu papel seria o de pagar dividendos para os acionistas privados.
Segundo Silveira, o Brasil deve continuar explorando petróleo e gás, pois esses recursos desempenham um papel crucial na geração de receita, especialmente por meio de impostos e royalties, que são direcionados para setores essenciais como saúde e educação. Ele ressalta que, enquanto o país avança em direção a uma matriz energética mais limpa e renovável, é fundamental reconhecer o papel fundamental do petróleo na redução das desigualdades sociais.
A declaração do ministro ocorre em um momento em que o mundo discute fervorosamente a transição para fontes de energia mais sustentáveis, como parte dos esforços para combater as mudanças climáticas. Em dezembro de 2023, durante a COP28 em Dubai, as nações signatárias concordaram em abandonar gradualmente os combustíveis fósseis. No entanto, Silveira destaca que o Brasil deve orgulhar-se de liderar essa transição global, ao mesmo tempo em que reconhece as complexidades e desafios inerentes a esse processo.
Embora o Brasil tenha se comprometido internacionalmente a reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis, o ministro ressalta que essa transição exigirá tempo e investimentos significativos em tecnologias limpas e renováveis. Ele afirma que até 2040 o país terá uma matriz energética praticamente limpa, mas enfatiza que isso não significa necessariamente o abandono completo dos combustíveis fósseis.
A posição do ministro Alexandre Silveira reflete os entraves enfrentados pelo Brasil na busca por um desenvolvimento sustentável e inclusivo. Enquanto o país avança em direção a uma matriz energética mais limpa, a exploração responsável de petróleo e gás continua desempenhando um papel vital na promoção do bem-estar da população brasileira. É necessário um equilíbrio cuidadoso entre a necessidade de reduzir as emissões de carbono e garantir o desenvolvimento econômico e social do país.
Por site Exame